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Quem não desiste de lutar, arrisca-se a ganhar

O título deste artigo diz muito acerca daquilo que redijo: luta, resiliência, não baixar os braços… não desistir!

Refiro-me, claro, à luta incessante dos professores desta Região [Açores] que perante todas as adversidades e dificuldades com que se depararam, nem por um minuto desistiram daquilo que lhes pertence por direito: tempo de serviço.

Professores e professoras, pessoas, famílias, que prescindindo de dias do seu salário, não abdicaram do seu direito à greve, reivindicando. Ficará para sempre na memória de todos e todas nós o momento em que os professores e as professoras se levantaram nas galerias da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, acompanhando todos os deputados e deputadas da oposição, para, num gesto simbólico, também ‘votar’ contra a proposta do PS sobre a reposição do tempo de serviço que defendia que a contagem do tempo de serviço deveria ser feita “de acordo com a solução nacional”. Um projeto de resolução aprovado apenas pela maioria absoluta do PS, há apenas quatro meses, e que o presidente do Governo acabou de destruir, ao anunciar que a Região vai finalmente negociar com os sindicatos da Região.

O PS quis aproveitar-se da luta dos professores e professoras dos Açores – classe que considerou mesmo ser privilegiada – para , no uso de toda a sua arrogância, atrasar um processo que, com a força da nossa Autonomia, podia ter sido resolvido há muito tempo.

Com a desculpa de querer esperar pela decisão do Governo da República –mais uma evidência de subserviência ao Palácio de São Bento – para poder fazer mais e melhor pelos professores e pelas professoras da Região, o Governo Regional fez com que se contabilizassem mais dias de instabilidade, não só para os e as docentes, como para o sistema educativo, porque no fundo, bem no fundo, ainda não perceberam que todas as situações de desentendimento que surgiram entre uma população que não compreendia os dias de greve e os seus educandos sem aulas, só desvalorizam o Sistema Educativo Regional.

Não, a culpa não é de quem lutou pelos seus direitos, mas sim de quem, podendo resolver a situação, optou por deixar o tempo passar, manipulando subtilmente a opinião pública, para depois fazer desta luta, um momento solene no qual o Governo Regional tenta assumir o protagonismo, como se de uma dádiva se tratasse.

Não! A vitória é dos professores e das professoras que não desistiram, e não abdicaram de um único mês, dia ou hora.

Quem não desiste de lutar, arrisca-se a ganhar!

Sobre o/a autor(a)

Deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores. Licenciada em Educação. Ativista pelos Direitos dos Animais. Coordenadora do Bloco da Ilha Terceira
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