João Camargo e Paulo Pimenta de Castro

João Camargo, investigador em Alterações Climáticas, e Paulo Pimenta de Castro, engenheiro silvicultor

O organismo do Estado transformou-se numa passadeira para a degradação da floresta em Portugal. No caso da Mata Nacional dos Medos será também um garante de negócios, por acção e por omissão.

Deveria ser proibido que um órgão de decisão política da União Europeia, ou a sua presidência, fossem patrocinados por interesses privados, mas, não sendo, são um atentado à transparência.

Sem intervenção do Estado, toda esta região serve de pasto para ciclos contínuos de incêndios.

Não podemos fazer contas simples para problemas complexos: a bioenergia utilizada numa óptica extractivista, ignorando impactos nos solos, na água, na fixação de populações rurais, nos avanços da desertificação e da desflorestação e em plena crise climática, não serve.

O Governo tem dado sinais de apoio político à queima de madeira em centrais termoeléctricas e à prática de fogo controlado. Nem uma nem a outra se ajustam a uma estratégia de sustentabilidade da economia rural.

Temos hoje um instrumento de ordenamento para o futuro da floresta que usou em 2018 informação com 13 anos.

O excesso de eucalipto é a prova do “sucesso” do abandono do meio rural.

João Camargo e Paulo Pimenta de Castro traçam as ligações entre política, indústria das celuloses e academia, pré-publicação de texto do livro Portugal em Chamas - Como Resgatar as Florestas.

Não existe nenhum sumidouro de carbono quando ardem áreas enormes de plantações florestais – o que existe é mais um grande emissor de carbono.