O organismo do Estado transformou-se numa passadeira para a degradação da floresta em Portugal. No caso da Mata Nacional dos Medos será também um garante de negócios, por acção e por omissão.
Deveria ser proibido que um órgão de decisão política da União Europeia, ou a sua presidência, fossem patrocinados por interesses privados, mas, não sendo, são um atentado à transparência.
Não podemos fazer contas simples para problemas complexos: a bioenergia utilizada numa óptica extractivista, ignorando impactos nos solos, na água, na fixação de populações rurais, nos avanços da desertificação e da desflorestação e em plena crise climática, não serve.
O Governo tem dado sinais de apoio político à queima de madeira em centrais termoeléctricas e à prática de fogo controlado. Nem uma nem a outra se ajustam a uma estratégia de sustentabilidade da economia rural.
João Camargo e Paulo Pimenta de Castro traçam as ligações entre política, indústria das celuloses e academia, pré-publicação de texto do livro Portugal em Chamas - Como Resgatar as Florestas.