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Jean Jaurés

Político socialista francês (Castres, 3 de setembro de 1859 - Paris, 31 de julho de 1914)

Filho de um negociante frustrado, Jaurès nasceu no departamento do Tarn, e foi educado no liceu Louis-le-Grand e na École Normale Supérieure (ENS), em Paris. Ingressou nesta última em 1876 (como segundo classificado no concurso de admissão) e obteve sua agrégation em filosofia no ano de 1881. Depois de ensinar filosofia por dois anos no liceu de Albi (também no Tarn), tornou-se conferencista na Universidade de Toulouse. Foi eleito deputado republicano pelo departamento de Tarn em 1885. Seguiu para Toulouse em 1889, onde tomou interesse ativo nos negócios públicos, e ajudou a fundar a faculdade de medicina naquela universidade. Ele também preparou duas teses de doutorado em filosofia: De primis socialismi germanici lineamentis apud Lutherum, Kant, Fichte et Hegel (1891), e De la réalité du monde sensible.

Em 1902 deu apoio enérgico aos mineiros de Carmaux, que entraram em greve como consequência da demissão de um operário socialista, Calvignac; e no ano seguinte ele foi reeleito para a cadeira de deputado por Albi. Apesar de ter sido derrotado na eleição de 1898 e ter ficado quatro anos sem mandato, seus discursos eloqüentes fizeram dele a força na política e Jaurès se tornou quase a figura humana simbólica do socialismo. Editou então a Petite Republique. Passa, nesse mesmo ano, a defender energicamente Alfred Dreyfus (veja caso Dreyfus) – parte do motivo para sua derrota eleitoral talvez tenha sido a impopularidade do caso na opinião pública francesa de então.

Opõe-se, nessa época, aos marxistas ortodoxos, cujo líder, Jules Guesde, entendia que defender Dreyfus não era prioritário, por se tratar de um oficial burguês. Mas para Jaurès, não importava se Dreyfus era um burguês ou não. Ele era vítima de uma injustiça e os socialistas deviam opor-se a qualquer injustiça.

Em 1902, Jaurès retorna à assembléia como deputado, e durante a administração de Combes sua influência assegurou a coerência da coalizão radical-socialista conhecida como o bloco.

Em 1904, ele fundou um jornal socialista, L'Humanité, que viria a se tornar o jornal oficial do Partido Comunista Francês.

Em março de 1905, os socialistas franceses promoveram um congresso em Ruão, que resulta em nova consolidação de forças; o novo partido, liderado por Jaurès e Guesde, parou de cooperar com os radicais e com os radicais-socialistas, e seus membros tornaram-se conhecidos como socialistas unificados.

Em 1906, nas eleições gerais, Jaurès foi novamente eleito por Tarn. Sua habilidade individual já era notória, mas a força do partido socialista ainda necessitava ser avaliada, quanto mais frente a popularidade do liberalismo de Georges Clemenceau. A imagem de Clemenceu como um líder forte e radical, na prática diminuiu bastante a força da propaganda socialista.

Um pacifista que pretendia resolver pela diplomacia assuntos que acabaram resultando na Primeira Guerra Mundial, Jean Jaurès foi assassinado em um café de Paris, no dia 31 de julho de 1914, por Raoul Villain, um jovem nacionalista francês que desejava a guerra com a Alemanha. No dia seguinte, por outras razões, iniciaram-se as mobilizações de guerra.

Dez anos após (1924), os restos mortais de Jean Jaurès foram transferidos para o Panthéon.

Fonte: Wikipedia

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2010/04/18 - 1:00am

Após um acidente de comboio da companhia ferroviária Ouest-Etat, então recém-nacionalizada, o socialista francês Jean Jaurés escreveu este artigo, que foi publicado em 19 de Fevereiro de 1911. Jean Jaurés era então director do jornal L'Humanité, e este seu texto parece antecipar o que viria a acontecer quase um século depois.