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Queremos mesmo ensinar matemática?

É do conhecimento geral que os resultados dos alunos portugueses a matemática não são de todo os melhores. Porque será assim?

É do conhecimento geral que os resultados dos alunos portugueses a matemática não são de todo os melhores. É difícil acompanhar o sofrimento de muitos amigos meus que se esforçam bastante para aprender mas que os resultados nos testes e exames desta disciplina são bastante piores do que as outras. Porque será assim?

Aponto principalmente duas razões:

Em primeiro lugar a matemática pressupõem um grau de abstração que não existe nas outras ciências e nas letras. Dou dois exemplos: É muito difícil um aluno de 15 anos entender bem toda a geometria do espaço a 3 dimensões sem ter uma preparação para tal ou ainda a dificuldade de um aluno do 12º ano compreender a 100% toda a complexidade matemática residente nos números imaginários.

A segunda razão reflete o mau programa de matemática que existe desde o ensino básico. Ao invés de fomentar a pesquisa, a descoberta e a imaginação a problematizar e responder os problemas , este programa queda-se por uma abordagem de problemas com resoluções semelhantes que se decoram ou em abordagens precoces (e por isso superficiais) de temas complexos como a estatística ou a geometria analítica.

Se queremos que os nossos alunos tenham realmente sucesso a matemática temos de mudar a forma como a ensinamos:

Em primeiro lugar, devemos diversificar a tipologia dos exercícios assim como a maneira tantas vezes monótona e desencorajadora como nos são apresentados os conteúdos.

Seguidamente , devemos fomentar a curiosidade pelos números e pela matemática desde criança mas também ao longo dos anos. É na pesquisa e na curiosidade que se aprende coisas que nos ficam realmente na memória, assim como nos desafios extra programa-curricular (com exercícios que envolvem pensamento e a estratégia do tentativa—erro).

Só com alunos que tenham na matemática uma disciplina diferente, em que são motivados a explorar toda a sua capacidade de compreender as leis físicas e matemáticas que nos rodeiam, podemos criar cidadãos críticos e curiosos. Só com cidadãos críticos e curiosos que constrói democracia.

Sobre o/a autor(a)

Estudante. Atvista do Bloco de Esquerda
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