As cantinas públicas têm desempenhado um papel social relevante, porquanto abrangem um público muito diverso e, no caso das cantinas escolares, possibilitam o acesso à única refeição diária quente e completa para muitas crianças e adolescentes. É justamente por essa abrangência que se impõem medidas conducentes ao aprimoramento da qualidade das refeições confecionadas, o que se cumpre também pela diversificação da oferta.
As refeições servidas nas cantinas escolares têm merecido atenção do Bloco de Esquerda, pela denúncia de inúmeras situações de falta de qualidade e pela elaboração de iniciativas legislativas que procuram soluções. A última iniciativa apresentada visa a disponibilização de uma opção vegetariana nas cantinas públicas, incluindo também todas aquelas que recebem financiamento público.
Com a nossa proposta não impomos um regime alimentar, procuramos diversificar e incluir quem opta por uma dieta vegetariana, e oferecemos mais uma opção para todos aqueles que não sendo vegetarianos gostariam de diversificar a sua alimentação, numa lógica complementar relativamente à oferta atual.
Perpetuar a atual oferta significa excluir quem opta por um regime alimentar diferente daquele que poderá ser considerado como padrão.
A Direção Geral de Saúde reconhece a necessidade de se proceder à diversificação das fontes proteicas, o que traria efeitos positivos para a saúde pública, sendo que a alternativa vegetariana daria um contributo para contrapor dietas desequilibradas que, infelizmente, ganham terreno, com prejuízo para a prevenção de doenças crónicas, doença cardiovascular, oncológica, diabetes e obesidade.
Estamos convictos que qualquer custo acrescido com a implementação desta medida, seria superado pelo seu benefício, traduzido numa redução de custos em cuidados de saúde secundários e terciários.
A nossa proposta também inclui um regime preferencial sobre a utilização de produtos hortícolas e frutícolas de origem local e regional, naquela que é uma forma de valorizar os nossos produtores agrícolas.
Em suma, e se houver vontade política, os açorianos/as poderão ter acesso a uma opção vegetariana nas cantinas públicas ou financiadas por fundos públicos, o que acrescentará valor e reconhecimento ao papel que estas valências desempenham na nossa sociedade.