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Vai um subsidiozinho?...
Porque não se diz “não” a um amigo, não se diz “não” a um dos nossos e as listas e campanha eleitoral estão aí. Começa-se dizendo ”alguma solução se vai encontrar, dá-se um jeito fique descansado, não se esqueça é de fazer o pedido”.
Esta vontade, esta forma de fazer política, de distribuir benesses, subsídios, favores, está arreigada de tal forma nas autarquias que exige da parte dos munícipes uma atenção especial para a combater. As mentes “poucochinhas” é assim que funcionam: não olhar a meios para atingir os fins e assim se mina a democracia, fazendo dos procedimentos e da transparência tábua rasa.
As consequências são várias. Desde logo o tratamento desigual de pessoas e instituições, porque uns pedem “por favor” e outros exigem o que por direito lhe deve ser atribuído.
Outra consequência é a incapacidade para alterar estas práticas. Quem assim procede nunca mais tem retorno, está prisioneiro de si mesmo. É boa pessoa, não diz que não a ninguém, mas ser-se boa pessoa para alguns é o desastre completo para toda uma comunidade.
Quem assim atua não tem projeto, não tem estratégia para o território, não consegue ver para além do seu quintal, faz uma gestão casuística e de navegação à vista.
Assim, nunca conseguiremos sair do “poucochinho”, do “vai-se fazendo”, do contentar-se com pouco.
Dificilmente os órgãos fiscalizadores podem desempenhar a sua ação. Ou porque o segredo é a arma do negócio e nunca se consegue comprovar o que quer que seja, ou porque aparece sempre uma forma de legalizar a coisa, porque foi feita com boa intenção…
Temos direito a muito mais.
Artigo publicado no Jornal Torrejano
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