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A face ultra-conservadora da JP

Desde que em 2011 propôs em congresso o fim do salário mínimo nacional que nunca mais se tinha ouvido falar da JP.

Desde que em 2011 propôs em congresso o fim do salário mínimo nacional porque aparentemente era um entrave aos pequenos empreendedores que nunca mais se tinha ouvido falar da JP. A entrada da Troika meteu toda a direita a falar a uma só voz a mesma lengalenga acusando o governo Sócrates por todo o mal da humanidade enquanto cortava direitos laborais e premiava as grandes empresas com bónus em sede de IRC. Em 2012 era difícil descortinar as diferenças entre JP e JSD (ambas vendidas á falacia do empreendedorismo e à falta de posições claras). Saindo a Troika, separando-se a direita, a JP trata de eleger um novo líder – o ultra-conservador Francisco Rodrigues dos Santos (FRS) – e desde então foi o que se viu. Começou-se por atacar os direitos garantidos das mulheres, voltando o discurso bafiento contra o aborto, voltou-se a falar da impossibilidade de duas pessoas se casarem com base na sua orientação sexual, critica-se abertamente a remoção da discriminação no aceso à adoção com base na orientação sexual dos adotantes, promove-se um espetáculo violento e ultrapassado como as touradas que apenas sobrevive à custa do dinheiro dos contribuintes e … para acabar em beleza: promove-se a abstinência sexual como modo contraceptivo. Na cabeça de FRS a separação do estado da igreja ainda não entrou e o obscurantismo e radicalismo religioso são o prato do dia.

Convêm a nós, progressistas, repararmos que todas estas conquistas fundamentais de direitos humanos são todas ainda bastante recentes. Apenas em 2007 se conseguiu o direito ao abordo, apenas em 2010 se permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo e em 2014 a adoção Neste caminho que temos que percorrer no respeito por todas as pessoas e animais convém lembrarmo-nos sempre que existe o outro lado, que os direitos não estão garantidos e que temos de todos os dias lutar por os manter. Convém lembrar também que ainda temos muito que conquistar em matéria de liberdades individuais: quer seja na legalização da eutanásia ou numa lei mais robusta de autodeterminação das pessoas trans.

Se acharmos que vai ser fácil perdemos, se acharmos que temos algo garantido até isso perdemos.

Sobre o/a autor(a)

Estudante. Atvista do Bloco de Esquerda
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