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É o preconceito ideológico contra o sector público que move a direita

Para o PSD e o CDS, injetar dinheiro dos contribuintes na banca privada, está muito bem. Recapitalizar a Caixa e mantê-la como banco público é que não pode ser.

Assistimos a um exercício de grande hipocrisia e desfaçatez, pela deputada Maria Luís Albuquerque que veio acusar o atual governo de não responder às suas questões relativas à Caixa Geral de Depósitos, quando é ela quem tem de esclarecer essas questões enquanto ministra das finanças do anterior governo.

Veio aconselhar a que não se apresente justificações com o passado quando ela justifica o desastre do seu governo com o passado.

PSD quer parecer o campeão da transparência ao promover o inquérito à CGD, como se fosse outro PSD e não o que liderou o anterior governo.

Porque não fez auditorias necessárias o anterior governo, porque reconduziu o governador do Banco de Portugal, porque não clarificou a situação do sistema financeiro? Não interessava pois apesar do lema “que se lixem as eleições” Essa clarificação poderia mesmo lixar as eleições para o PSD.

Saída limpa foi uma grande fraude, pois a sujeira esta toda debaixo do tapete

O objetivo é complicar a recapitalização da caixa, para assim conduzir à sua privatização.

Para o PSD e o CDS, injetar dinheiro dos contribuintes na banca privada, está muito bem.

Colocar quatro mil milhões no BES/Novo Banco para o vender rapidamente, excelente. Ter a maioria no Banif e permitir aos privados que continuassem a gerir o banco a seu bel prazer, OK, injetar três mil milhões no Banif para o entregar ao Santander, sem problemas.

Recapitalizar a Caixa e mantê-la como banco público é que não pode ser.

É o preconceito ideológico contra o sector público que move a direita e o favorecimento dos grandes interesses económicos privados.

Essa atuação em prol de interesses particulares, em prejuízo do interesse geral, ficou demonstrada pela contratação da ex-ministra das finanças pela Arrow, uma empresa que se alimenta de bancarrotas alheias. Foi um prémio ao seu desempenho enquanto ministra.

Intervenção na Assembleia da República, no debate sobre o tema subordinado ao tema "Sistema Financeiro", 1 de julho de 2016

Paulino Ascenção: "É o preconceito ideológico contra o sector público que move a direita"

Sobre o/a autor(a)

Coordenador do Bloco de Esquerda / Madeira. Economista, dirigente da Administração Pública.
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