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Autoridades turcas acusadas de matar refugiados sírios

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos acusou as autoridades turcas de terem matado oito refugiados que estavam a tentar entrar no território daquele país a partir da zona de fronteira no norte da Síria.
Foto de Moyan Brenn/ Flickr

De acordo com aquela organização, que tem sede em Londres, os contactos com uma rede de ativistas na Síria, permitiram apurar que guardas de fronteira turcos “dispararam” contra um grupo de sírios que tentava entrar no país. Esta ação provocou a morte de três crianças, quatro mulheres e um homem.

"Mandei os nossos ativistas ao hospital e temos vídeos dos corpos, mas não os publicamos pois há crianças envolvidas", afirmou o fundador do Observatório, Rami Abdulrahman, ao jornal Guardian.

Segundo o Observatório, desde Janeiro que 60 refugiados sírios foram mortos na fronteira. Os sírios tentam cada vez mais entrar na Turquia de uma forma que é considerada "ilegal" por Ancara, uma vez que este país tornou praticamente impossível a entrada por via legal. A Jordânia e o Líbano fizeram o mesmo, avança ainda o jornal britânico.

Refira-se que esta não é a primeira vez que surgem notícias de maus tratos, tortura e até homicídios contra requerentes de asilo sírios que tentam cruzar a fronteira com a Turquia, que insiste em dizer que pratica uma política de "portas abertas para toda a gente em risco”, mas que, na prática, tem criado dificuldades à passagem de pessoas.

Violência junto à fronteira

A organização Human Rights Watch publicou uma investigação em que demonstra que guardas turcos mataram pelo menos cinco sírios e feriram com gravidade outros 14 só entre os meses de março e abril, quando o acordo entre a União Europeia e a Turquia para restringir o fluxo de refugiados pelo mar Egeu entrou em vigor, escreve o jornal Público.

Desde 2013 que há relatos de tiroteios na fronteira entre a Síria e a Turquia, mas as organizações não governamentais dizem que o número de incidentes aumentou desde que a União Europeia começou a pressionar a Turquia para controlar a passagem de refugiados que pretendem chegar à Europa a partir deste país.

Num comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Tanju Bilgiç afirmou que "as nossas forças de segurança agem totalmente de acordo com a legalidade quando agem em resposta a acidentes de fronteira ou tentativas ilegais de atravessar a fronteira".

Desta forma, o executivo de Ancara afirma que os relatos de que os seus guardas de fronteira dispararam contra grupo de refugiados tendo matado oito pessoas "não refletem a verdade".

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