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TTIP/Panamá: há necessidade de voltar a acordar os ciclones

Os negócios ilícitos por detrás destas atividades, crimes e branqueamentos de capitais, estão na ordem do dia, pela saída da informação vazada, sendo a ameaça da equidade fiscal o ponto fulcral da passagem.

Há necessidade de se voltar a acordar os ciclones económicos que se têm feito sentir, sem deixar esquecer no pensamento, como muitos desejam, que as catástrofes mundiais se têm dado no silêncio dos deuses.

As implicâncias na sociedade são mais que muitas, mas vejamos por de trás destes mecanismos e instrumentos que mascaram a sociedade, o que se têm colocado na discussão pública, mas que muito rapidamente desaparece devido aos interesses de diversos países e maquinas capitalistas.

Panamá Papers uma realidade, há muito conhecida dos offshores. Os negócios ilícitos por de trás destas atividades, crimes e branqueamentos de capitais, estão na ordem do dia, pela saída da informação vazada, sendo a ameaça da equidade fiscal o ponto fulcral da passagem. Sim, muitas pessoas foram denunciadas no rol destas atividades. Uns negaram, outros demitiram-se, outros calaram-se. Contudo percebeu-se que por de trás destes papéis, através de mecanismos legais, se dá subserviência aos que são os “donos disto tudo”, e que têm passado entre os pingos da chuva.

A “falta de transparência”, empresas fachada, negócios inexistentes, dinheiro a circular na sombra dos impostos, tudo isto contribuiu para a divulgação do mundo de “podres”, em que mais uma vez, quem tem mais tem tudo, inclusive direito a fugir à tributação. E quando se fala em divulgação de informação pública versus preservação da privacidade individual e empresarial, percebe-se que o sistema não mudou, encabulou-se e mascarou-se. Não se pode aceitar “preservação da privacidade”, quando todos estamos a ser enganados por mecanismos legais na sociedade do séc. XXI.

Contudo não fica só pelos Panamá Papers, pois se já convenientemente se vão fazendo esquecer do assunto, vejamos o que para trás ficou.

TTIP...

Milhares de pessoas voltaram a protestar, no norte da Alemanha, contra o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, que “impulsiona” o ciclone das relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos.

Já esquecido por muitos e por outros nunca abordado. O TTIP tinha como promessa o aumento do PIB da EU, dando um grande increasement. Pesando as consequências do mesmo, desde diminuição das exportações, diminuição dos lucros de trabalho, postos de trabalho, dumping social associado, “americanização” dos direitos laborais (desproteção social).

Parece que nada se aprendeu com o NAFTA, pois é preciso e necessário olhar para ele como modelo a não seguir.

Como já não podia deixar de ser a UE e os EUA possuem enfoques ideológicos diferentes, que levam a quadros regulamentares diferentes. Embora tenham em comum algo, que os faz andar para a frente com a “geringonça”, o poder das multinacionais e o capitalismo, de um ponto de vista muito lucrativo, pois diminui a burocracia e os encargos associados com esta “máquina” em progressão no mercado.

Os capitais e o investimento, o dinheiro na sua essência, circulam facilmente e sem proteção dos interesses dos sujeitos, mas sim das economias mais fortes. Quando aos outros, aqueles que vivem do seu trabalho, massa global de pessoas, deixou de ter na realidade o saber de terem sido tomadas medidas para o benefício comum, mas sim medidas protecionistas de alguns.

Artigo publicado em espaco-agora.com a 30 de abril de 2016

Sobre o/a autor(a)

Estudante de Enfermagem na Escola Superior de Saúde do Politécnico de Setúbal
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