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Glossário Trans

Andrógino: 1. pessoa que vive sem ser percepcionada como masculina ou feminina, nem adoptando comportamentos associados a qualquer dos géneros binários. 2. pessoa que apresenta características masculinas e femininas.
Bombeada ou Bombada: ser injetado com silicone livre, um modo barato mas ilegal para alterar a sua forma do corpo.
Cisgénero ou cis: pessoa cujo género designado à nascença é concordante com a identidade de género esperada, segundo o modelo tradicional. É, portanto, uma pessoa que segue o modelo tradicional de género. As pessoas cis, têm, por exemplo, a possibilidade de ter um cartão de cidadão que representa a sua identidade, ou de ter acesso mais facilitado à habitação, à educação e ao trabalho.
Cissexismo: a crença de que as pessoas cisgénero são inerentemente superiores ou “mais normais” do que as pessoas trans*.
Crossdresser: pessoa que gosta de se vestir com roupa e acessórios associados a outro género, seja por razões sexuais ou não.
Drag: forma de expressão que geralmente envolve representação exagerada de características de género. Uma pessoa é chamada “drag queen” se agir enquanto mulher, ou “drag king” se agir enquanto homem.
Expressão de género: conjunto de actos, expressões ou actividades que são genderizadas pelos outros, mas que também estão relacionadas com a forma de nos expressarmos socialmente.
F2M/FTM: pessoa a quem foi atribuído à nascença o sexo feminino e que faz a transição para o masculino.
“Gender bender”: alguém que mantém as caracterísicas gerais associadas ao seu papel de género, mas que lhes desafia os limites e o que é socialmente aceite (ex. um homem de vestido que continua a ser percepcionado como homem de vestido).
“Genderqueer”: qualquer pessoa que não aceita a expectativa de ter de se limitar apenas às duas apresentações de género autorizadas pela nossa cultura.
Género não binário: uma pessoa que não se identifica nem como homem, nem como mulher, exclusivamente ou de forma geral.
Homem trans* ou homem transgénero: pessoa que foi designada mulher à nascença mas que vive e/ou se identifica como homem.
Identidade de género: auto-percepção do nosso género. O género a que sentimos pertencer ou com o qual nos sentimos identificados (homem, mulher, não-binário, etc).
Ler (verbo): ser reconhecido como trans*, especialmente por uma pessoa não-trans*.
MTF/M2F: pessoa a quem foi atribuído à nascença o sexo masculino e que faz a transição para o feminino.
Mulher/rapariga real: um termo muito ofensivo usado para descrever mulheres não-trans*.
Mulher trans* ou mulher transgénero: pessoa que foi designada homem à nasceça mas que vive e/ou se identifica como mulher.
Não-op: alguém que vive como mulher ou homem, mas não pretende fazer operação genital.
Orientação sexual: Género ou géneros pelos quais nos sentimos atraídos. A orientação sexual é independente da identidade de género.
Orquiectomia: um termo médico para a castração.
Out: vivendo abertamente sobre o seu estado/identidade de trans*
Pack: colocar um objeto na roupa que sugere a presença de um pénis.
Pós-op: realizou uma vaginoplastia ou faloplastia. Às vezes usado como um adjetivo objetificante por Tlovers: "Pós-ops não me interessam de todo".
Pré-op: não fizeram vaginoplastia ou faloplastia, mas planeiam. Às vezes usado como um adjetivo objetificante por Tlovers: "Eu gosto apenas de pré-ops" Muitas pessoas sentem que a categorização em função do status cirúrgico dá demasiada ênfase a um procedimento que pode ser difícil de obter para muitas pessoas trans*.
Queer: Tentar definir “queer” é já, em grande medida, atraiçoar o termo e a sua abertura e múltipla utilização. É usado como um termo abrangente para qualquer pessoa fora das normas de género, incluindo gays, lésbicas, bissexuais, bem como as pessoas trans* ou mesmo pessoas heterossexuais não-conformes (exemplo: rapazes efeminadxs). Nos Estados Unidos, por exemplo, é frequentemente usado para referir orientações sexuais não orientadas para um único género. É também reivindicado, em oposição aos movimentos institucionais, como posicionamento político dos sectores mais radicalizados e menos essencialistas do movimento LGBTI que, entendendo como transversal a luta pela liberdade sexual procuram alianças com os sectores mais politizados de outros movimentos alvo de estigma, como os movimentos anti-racistas, feministas, ou dxs trabalhadorxs do sexo.
Sexo: características anatómicas e/ou cromossómicas que apresentamos quando nascemos.
Tlovers: pessoas que se sentem atraídas por pessoas trans.
Trans*: termo abrangente para pessoas que não se conformam ou identificam com as espectativas de género associadas com o sexo que lhes foi designado à nascença. Inclui identidades de género como género fluído, genderqueer, bigénero ou agénero.
Transfobia: medo ou receio irracional de pessoas trans*, mas também violência institucional, médica e social dirigida a pessoas trans*.
Transmisoginia: ideia de que a feminilidade e o ser feminino são vistas como inferiores e existem para o benefício do ser masculino e da masculinidade. Permite perceber como a transfobia intensifica a misoginia com que as mulheres trans* são confrontadas.
Nota de linguagem da Tranzine 2:
A utilização de trans* (com asterisco), quando utilizada, segue a intenção de Lucas Platero (2014), de marcar a diversidade de experiências, vidas e conhecimentos, por forma a incluir uma multitude de corpos e vidas tidas como fora da norma e/ou que a rejeitam.
Publicado na Tranzine nº 2, das Panteras Rosa, feito por Mi a partir de “trans**gender Basics”, LGBT Community Center, Nova Iorque, e adaptado por Sérgio Vitorino. Entradas adicionais traduzidas a partir do glossário de trans** Road Map por Mariana Vieira e Paulo Jorge Vieira. Revisão por Sérgio Vitorino.
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