Joana Mortágua

Joana Mortágua

Deputada e dirigente do Bloco de Esquerda, licenciada em relações internacionais.

O número apresentado pelo Governo é sonante: um investimento de cerca de 900 milhões. Mas apenas 140 milhões são para recursos humanos. A fatia maior, 670 milhões, vai para equipamentos e infraestruturas. Tudo o resto inclui medidas avulsas ou simplesmente a continuidade de políticas em curso.

O Bloco de Esquerda considera que a reivindicação da Península de Setúbal para a constituição de NUTS autónoma que permita reforçar o acesso a fundos europeus é justa e merece apoio, revertendo a decisão tomada em 2013 pelo governo de Passos Coelho.

Depois de tantos anos a assistir à luta desigual do povo palestiniano pela sobrevivência, foi a comunidade internacional que transformou esta história – a verdadeira, sem pretextos – numa história sem moral. A Palestina não tem nada a provar, a não ser que é vítima de uma ocupação ilegal.

A novidade serve duas lições – a da pouca firmeza dos liberais no seu modelo económico e da necessidade da esquerda subir a parada no combate às desigualdades sociais. Esta proposta do FMI, é acima de tudo um processo de controle de danos.

Como confiar num sistema político que permite que as deputadas e os deputados eleitos para representar os interesses dos cidadãos eleitores, possam agir em nome de interesses económicos particulares, muitas vezes contra o interesse público?

A proposta de uma Superliga europeia criada pelos clubes ricos que querem jogar entre si para ganhar mais dinheiro não é futebol, é só capitalismo. É repugnante, mas não é novo.

Não podemos ignorar que o substrato deste crime é uma cultura de subjugação e objetificação sexual das mulheres e meninas provada pela tendência de reincidência dos agressores, protegidos pela estigmatização social e culpabilização das vítimas.

Esta sexta-feira, começa o julgamento no Tribunal de Monsanto com a presidente Inês de Medeiros no papel de acusadora. No banco dos réus sentam-se famílias pobres que ocuparam duas dezenas de casas municipais em Almada.

O programa de recuperação que o país precisa tem de cumprir o desafio do Secretário-Geral da ONU e aumentar substancialmente o investimento em educação. Tem de confiar nos professores e reforçar a escola pública.

150 anos depois, reafirmamos que a Comuna de Paris não foi um episódio, foi uma vaga de fundo da história da luta de classes.