Joana Mortágua

Joana Mortágua

Deputada e dirigente do Bloco de Esquerda, licenciada em relações internacionais.

O manifesto afirma o que todas pensamos: não podemos aceitar para juiz do Tribunal Constitucional “que nos faz sentir a mesma vergonha que paira sobre o Supremo Tribunal dos EUA”.

Para a história não ficarão as tristes declarações de Marta Temido, mas, no mundo em que vivemos, isso não retira gravidade ao sucedido. No mínimo, deram ideias ao próximo governo da direita.

Cabe-nos vigiar os direitos conquistados, porque o que não faltam por aí são resquícios trumpistas, sobretudo no que toca aos direitos de género.

A maioria das vezes, os autores destes crimes são homens que fazem parte das relações familiares ou de proximidade das vítimas.

Sou das muitas e muitos que rejeitam o apagão ideológico que se esconde no chavão “o 25 de Abril é de todos”.

Normalidade não é ausência de adversidades, é boa política educativa, é preparação, é investimento, é professores a todas as disciplinas. No final do segundo período eram 30 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina. E no próximo ano já serão cerca de 110 mil na mesma situação.

Não é inocente nem despiciendo que Guterres inclua nas suas acusações, além dos governantes, os líderes empresariais. Grandes grupos económicos que escondem atrás de fachadas muito verdejantes a sua atuação (às vezes a sua própria existência) anti-climática.

O objetivo é que as mulheres recorram aos serviços de saúde para terem as suas crianças, e por isso a mudança tem de começar por um impulso institucional. Aplicar e discutir boas práticas, facilitar a denúncia, punir os abusos e – principalmente – discutir o assunto, são prioridades.

Com esta decisão, Sanchez fez uma escolha. Não apenas pela indiferença humanitária perante um povo que vive maioritariamente em campos de refugiados, mas pela negação do direito histórico de um povo colonizado à sua própria existência.

O sistema patriarcal e capitalista quer controlar os nossos corpos. Outras pessoas que não somos nós querem definir-nos pelas suas ideias sobre os nossos corpos. Querem decidir se temos filhos, com quem e como.