Joana Mortágua

Joana Mortágua

Deputada e dirigente do Bloco de Esquerda, licenciada em relações internacionais.

O presidente do parlamento autoproclamou-se presidente interino. Uma lufada de ar fresco na asfixia democrática na Venezuela? Engana-se quem acha que se apaga fogo com gasolina.

A extrema-direita tem uma agenda que varia de acordo com as coordenadas geográficas, mas há coisas de que nunca abdica. Exigir a reversão das leis que garantem direitos às mulheres é uma delas.

Com argumentos que não deixam nada a dever à narrativa da extrema-direita continental na xenofobia contra imigrantes, o Brexit é a cara do fracasso europeu.

A Vinci ganhou a privatização da ANA - Aeroportos de Portugal e, com isso, o monopólio no setor. É a ANA quem manda onde se vai construir o novo aeroporto.

Os primeiros dias de governo são pior prenúncio do que todos os de campanha, porque são reais. Foi esse o peso de ver passar o primeiro dia do ano, a partir de agora está mesmo a acontecer.

Não está em causa a liberdade do setor privado para abrir unidades onde bem lhe aprouver. A grande questão é se devem ser os nossos impostos a financiar a expansão do setor privado enquanto o SNS definha.

Quando olhamos para a Margem Sul entendemos que a existência de uma rede de transportes públicos baratose de qualidade é uma questão de democracia. Para que as duas margens não sejam dois países.

O PSD montou uma farsa em que simultaneamente nos impediu de submeter a proposta à votação e nos acusou de enganar o povo por “falar, falar, falar”mas não cumprir, ou seja, não levar a proposta à votação.

Não há receitas únicas para derrotar o avanço dos ultras. Mas há pistas. Sabemos que o campo democrático tem de encabeçar as reivindicações das mulheres, dos negros, dos favelados, dos sem-terra, dos sem-teto e dos jovens.

Os patrões chamam-lhes “trabalhadores eventuais”. Mas contratam-nos ao dia para cobrir eventualidades que duram décadas.