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Conservatório sofreu corte de 70 mil euros e pede ajuda para evitar o encerramento

A Direcção da Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN) está a pedir donativos aos amigos e pais de alunos por causa de um corte de 70 mil euros no orçamento levada a cabo pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) em Maio deste ano.
Foto de Paulete Matos

Em declarações à agência Lusa a directora da escola, Ana Mafalda Pernão qualificou a situação daquele escola como “desesperada” porquanto nos últimos 12 anos, os orçamentos rondavam os 180 mil euros tendo no ano passado descido para os 162 mil euros.”

“Para agravar a situação a verba atribuída este ano desceu para os 90 mil euros, ou seja, menos 43% em relação ao orçamento do ano anterior o que significa menos 70 mil euros para gerir a escola.

Perante esta situação não é exagerado dizer que o dinheiro acabou e perante o silêncio do MEC aos nossos pedidos para que revisse a verba, não nos resta outra alternativa senão pedir ajuda aos pais dos alunos e amigos,para conseguir pagar contas tão básicas como a água, luz, telefone ou, simplesmente, comprar papel higiénico, “acrescentou a diretora daquela instituição de ensino

"Os pais não têm qualquer obrigação de contribuir, mas se cada um der um euro, já serão 900 euros e, neste momento, qualquer ajuda é bem-vinda. Este pedido que estamos a fazer representa o desespero absoluto, porque o dinheiro acabou", sublinha Ana Mafalda Pernão.

Perante este quadro, foi publicada uma carta no site da EMCN dirigida aos familiares e amigos da escola , bem como o NIB da mesma para quem estiver disposto a ajudar a escola.

"Venho assim, e como principal responsável pela viabilidade económica da escola, solicitar o vosso apoio, no que for viável a cada um e nos actuais constrangimentos que todos sofremos, para a entrega do donativo que considerarem possível e justo, tendo em conta o serviço que a EMCN presta a cada um dos seus alunos e a mais valia que o mesmo representa no seu futuro", pode ler-se na carta

De acordo com Ana Pernão "houve coisas que deixaram de se fazer, como iniciativas habituais, ou visitas de estudo que passaram a ser integralmente pagas pelos alunos. Mas, mesmo assim, não foi suficiente: "Não tenho dinheiro. Acabou. Estes dois meses não vou receber nada", disse a responsável desta escola situada no Bairro Alto, em Lisboa que espera agora uma tomada de posição da Associação de Pais que agendou uma reunião para a próxima quinta-feira.

Recorde-se que no ano passado, o mau estado de conservação do edifício centenário que colocava em perigo alunos e funcionários esteve na origem de várias manifestações que culminaram com a transferência de verbas para a realização de obras urgentes de impermeabilização de cobertura e manutenção das salas onde os tectos já tinham desabado e também o pátio interior. O Ministério da Educação acabou por transferir cerca de 43 mil euros e agora está a decorrer o processo junto da Parque Escolar para que todo o edifício seja requalificado.

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