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“Lamento que o PR tenha feito um discurso de costas voltadas para o país”

Marisa Matias acusou Cavaco Silva de ter feito nesta sexta-feira “um discurso de costas voltadas para o país e para os problemas concretos que os portugueses vivem” e alertou que “não cabe ao Presidente da República aprovar, rejeitar ou condicionar o programa de governo”.
“O Primeiro-Ministro deveria ter a humildade de se dirigir ao PR e dizer não tenho a maioria do apoio parlamentar. Escusávamos de assistir a esta perda de tempo”, afirmou Marisa Matias

A eurodeputada Marisa Matias comentou o discurso que Cavaco Silva fez, nesta sexta-feira, na tomada de posse do Governo PSD/CDS.

Marisa Matias referiu que o Presidente da República “tem toda a legitimidade formal e política para nomear e dar posse ao Governo de Pedro Passos Coelho” mas criticou o facto de Cavaco Silva ter aproveitado a ocasião “para fazer um louvor e um elogio ao Governo cessante”, considerando que isso deveria ser “dispensável”, uma vez que o PR deveria ser “um árbitro da democracia em Portugal”.

A eurodeputada e candidata à Presidência da República alertou que “não cabe ao PR rejeitar, aprovar ou condicionar o programa de Governo”.

“Se cabe ao PR, como disse, nomear e dar posse ao Governo, não lhe cabe decidir sobre a rejeição ou aprovação. Esse é o papel da Assembleia da República (AR)”.

“O PR falou muitas vezes na palavra estabilidade – sabe-se de que lado é que está a estabilidade na AR”, disse também Marisa Matias, salientando que “esse é um papel que cabe aos partidos e que cabe à AR neste momento”.

“Nós acabámos de assistir a uma tomada de posse de um Governo que está a prazo, de um Governo que está condenado e de um primeiro-ministro que aproveitou a ocasião para fazer um discurso não de apresentação do Governo, mas de uma pré-campanha para 2019 e eu acho que isso é muito clarificador da posição deste Governo”, frisou Marisa Matias.

A eurodeputado afirmou a concluir: “O Primeiro-Ministro deveria ter a humildade de se dirigir ao PR e dizer não tenho a maioria do apoio parlamentar. Escusávamos de assistir a esta perda de tempo”.

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