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“Cultura da competição” na origem do aumento de chumbos até ao 2º ciclo

O aumento de 50% nas retenções e desistências dos alunos do 1º e 2º ciclo no mandato de Nuno Crato fez recuar o país aos números de 2004 e merece críticas das associações de professores de Português e Matemática.
Foto Paulete Matos.

Segundo a edição desta sexta-feira do Diário de Notícias, entre 2011 e 2014, a retenção e desistência dos alunos do 1º e 2º ciclo de escolaridade aumentou mais de 50%. Os números surgem no relatório do Conselho Nacional de Educação sobre o Estado da Educação em 2014: a retenção dos alunos nestes dois ciclos foi a pior dos últimos dez anos.

Do ano letivo 2010/11 ao 2013/14, o número de chumbos no 1º ciclo passou de 3.3% para 5% (mais 51.5%) e no 2º ciclo passou de 7.4% para 11.4% (mais 54%), enquanto no 3º ciclo o aumento foi menos acentuado (13.5%, passando de 13.3% para 15.1%.

A introdução de provas finais no 4º e 6º ano de escolaridade e as alterações dos programas e das metas curriculares, três das bandeiras do mandato de Nuno Crato, estão na origem do aumento dos chumbos, acusam os professores. Lurdes Figueiral, presidente da Ass. Professores de Matemática, aponta o dedo à “mentalidade de competição que invadiu as escolas” após a introdução dos exames, ao “introduzir na prática de ensino, e na relação pedagógica com os alunos, uma mentalidade que não é a da aprendizagem – é a da avaliação”.

A crítica às metas curriculares, que “contrariamente ao que as pessoas pensavam, provocam o aumento da retenção”, é repetida por Edviges Ferreira, da Associação de Professores de Português, que considera o novo programa da disciplina como “desadequado para o nível etário dos alunos”.

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