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“Pelo Bloco de Esquerda, Passos Coelho e Paulo Portas não serão governo”

A mesa nacional do Bloco de Esquerda que reuniu neste domingo, 18 de outubro em Lisboa, aprovou por unanimidade uma resolução (aceda aqui ao seu conteúdo na íntegra) que decide:
“- a apresentação de uma moção de rejeição do programa de governo da coligação PSD/CDS, no caso de Passos Coelho ser indigitado pelo Presidente da República;
- a inviabilização de qualquer moção de rejeição que a direita apresente contra um programa de governo do Partido Socialista;
- o prosseguimento das negociações com o Partido Socialista com vista à consagração, no programa de governo, de princípios de política orçamental coerentes com a proteção do emprego, salários e pensões e à viabilização de um governo com apoio parlamentar à esquerda.
- o prosseguimento do diálogo com o PCP sobre o processo de negociações com o Partido Socialista e os desafios colocados à esquerda anti-austeridade no próximo período.
- a realização de sessões públicas de apresentação da candidatura de Marisa Matias à Presidência da República.
- Promover iniciativas abertas e públicas de debate e proposta, em contacto com a população local, atores sociais e organizações de ativistas, que permitam, de forma não-hierárquica, não só o mapeamento de iniciativas de organização popular, experiências de solidariedade direta e organizações de movimento social, como também de impulsionamento de discussão sobre estratégia política para a esquerda e a criação de redes de intervenção coordenada.”
“Há possibilidades de um governo que rompa com o ciclo de austeridade”
Na conferência de imprensa de apresentação das decisões da mesa nacional, Catarina Martins afirmou que, por parte do Bloco, há “condições acrescidas” de “estabilidade” e de “determinação” para que “cheguem a bom porto” as negociações para um governo que “ possa proteger salários, pensões e emprego” .
“Hoje, repito, com o mandato que me é dado pelo órgão máximo do partido que no que respeita ao Bloco de Esquerda Pedro Passos Coelho e Paulo Portas não serão governo. O governo da direita acabou. E há hoje possibilidades, pela relação de forças no parlamento, para um novo governo, que rompa com o ciclo de austeridade e de ataque aos mais básicos direitos constitucionais em Portugal”, sublinhou a porta-voz do Bloco.
“A garantia que o Bloco de Esquerda dá nas negociações em curso é que estará sempre ao lado do governo que faça a recuperação de rendimentos, a proteção do Estado Social, que possa corresponder ao que foi a confiança dos eleitores no Bloco e à expressão maioritária do eleitorado que tirou a maioria absoluta à direita e que, portanto, está a pedir uma mudança no nosso país”, realçou também Catarina Martins.
“É uma irresponsabilidade estender uma passadeira vermelha a um comentador televisivo com posições retrógradas e de direita”
No anúncio da candidatura de Marisa Matias à Presidência da República, a porta-voz do Bloco começou por referir que a mesa nacional do Bloco registou que “não apareceu à esquerda nenhuma candidatura suficientemente abrangente ou mobilizadora que pusesse em causa uma eventual vitória à primeira volta da candidatura da direita”.
Sublinhou também que “o Bloco de Esquerda não pode faltar à chamada” de pôr a debate “os temas essenciais” das eleições presidenciais: “o que será o próximo mandato”, “quais são os desafios com que o PR se vai defrontar” que “são desafios muito duros, são desafios que têm a ver com a própria natureza da soberania do nosso país e a qualidade da democracia do nosso país”.
“Temas como a captura da decisão por entidades internacionais ou acordos internacionais não sufragados e sem legitimidade democrática. Temas como a corrupção ou temas internacionais de renovada importância como os direitos humanos vão estar em cima da mesa do próximo Presidente da República. E é tempo de que esses temas comecem a ser debatidos” realçou também Catarina Martins.
“Por que é preciso acordar o país para os temas concretos que vão estar em cima da mesa do próximo PR e porque achamos que é uma irresponsabilidade estender uma passadeira vermelha a um comentador televisivo com posições retrógradas e de direita o Bloco de Esquerda promoverá uma candidatura própria”, afirmou Catarina Martins.
A porta-voz do Bloco salientou ainda que “Marisa Matias tem uma experiência internacional que é determinante nos temas em debate.
Comments
O que quer dizer um "mandato
O que quer dizer um "mandato sem limite" para a equipa negocial do Bloco, negociar com o PS? como votante aderente, assalta-me esta duvida e este esclarecimento...
O BE deve explicar
Como fez inscrever no painel central na parede da sala onde se reuniu a mesa nacional, o BE afirma-se "gente de verdade". Pode um partido populista fazer tal proclamação e ser tomado a sério. ........um momento ... Quem diz que o Bloco é populista não sou eu. Por isso cito:
"o partido que adotou uma abordagem um pouco mais populista acerca do resgate tenha conseguido mais apoio. Não um apoio esmagador, mas algum apoio." Y. Varoufakis .
Em que ficamos ? O BE subscreve ou não o populismo do Podemos, Syriza, Chavez et all ?
«O que tem pernas, anda. A
«O que tem pernas, anda. A mesa tem pernas, logo anda!» Chama-se a isto sofismar, Sergio Hegidio. Digo eu que nem sou activista do BE.
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