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O “congelamento” da IKEA face ao reconhecimento da R.A.S.D.

A cadeia sueca IKEA, iria abrir uma loja em Marrocos no passado dia 29 de Setembro, contudo e inesperadamente, poucas horas antes da inauguração, uma “ordem” superior foi o bastante para cancelar o evento. O Sahara Ocidental é motivo mais que forte para inviabilizar um projeto de grande envergadura como este. Por Né Eme
A Suécia, tem em cima de “mesa” a proposta para o reconhecimento da R.A.S.D. (República Árabe Saharaui Democrática) e da Frente Polisario como seu legitimo Representante, apoiando a Independência do Sahara e respeitando os direitos Humanos dos Saharauis.

Com esta hostilidade, Marrocos demonstra uma vez mais que as questões económicas se sobrepõem aos direitos humanos e a qualquer tipo de legalidade jurídica internacional.

A cadeia sueca IKEA, iria abrir uma loja em Marrocos no passado dia 29 de Setembro, contudo e inesperadamente, poucas horas antes da inauguração, uma “ordem” superior foi o bastante para cancelar o evento. Localizado em Zenata, entre Casablanca e Rabat, o espaço de 26.000 m2 cujo investimento orçou os 40 milhões de euros, iria assegurar cerca de 1400 empregos, sendo que 400 seriam empregos diretos. Oficialmente Marrocos diz que a IKEA não tem as licenças necessárias, contudo não especifica que tipo de licença/as faltam.

Mas os factos falam por si.

A Suécia, tem em cima de “mesa” a proposta para o reconhecimento da R.A.S.D. (República Árabe Saharaui Democrática) e da Frente Polisario como seu legitimo Representante, apoiando a Independência do Sahara e respeitando os direitos Humanos dos Saharauis.

Na realidade, a Suécia é um dos países que mais condena as Empresas que roubam os recursos naturais do Sahara Ocidental1. Em 2010, a WSRW publicou2 uma lista de "empresas espanholas que saqueiam o Sahara", e hoje várias empresas internacionais esfregam as mãos com a perspectiva de fazerem exploração de petróleo no Sahara Ocidental. Há quatro anos, em 2011, o parlamento sueco votou o reconhecimento do Estado Saharaui, uma proposta que ressurgiu de novo e que deixou Rabat muito nervoso.

E aqui reside a “birra” Marroquina. Porque o Sahara Ocidental é motivo mais que forte para inviabilizar um projeto de grande envergadura como este. Reunidos, o primeiro Ministro e os partidos do Parlamento, não só “vetaram” a abertura da IKEA, como planearam "boicotar" as empresas Suecas.

“A Suécia é o país mais hostil à integridade territorial de Marrocos após a Argélia", disse Driss Lachgar, secretário-geral da USFP (União Socialista das Forças Populares) à Agence France-Press.

Cabe ainda assinalar que no passado dia 15 de Outubro Aminetu Haidar3, Presidente da CODESA (Colectivo de Defensores Saharauis) foi convidada pelo Parlamento Sueco, para uma Conferência sobre o tema: O reconhecimento da República Árabe Saharaui Democrática. Numa clara tentativa de "abortar a conferência" da reconhecida ativista, foram enviados pelo governo Marroquino alguns elementos da CORCAS. Acabaram expulsos pela polícia sueca, e declararam " ter sido expulsos, como se fossem criminosos".

Talvez a Suécia se torne no primeiro país europeu a reconhecer a R.A.S.D. Assim seja!!!

Artigo de Né Eme


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