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João José Cardoso: uma inquietude permanente

No dia 10 de outubro, chegou-nos a triste notícia do falecimento do João José Cardoso. Três meses antes, após um jantar num dos restaurantes, por ele (e por nós) apreciado, celebrámos os seus 56 anos, numa das esplanadas da Praça Velha. Por António José André.

No dia 10 de outubro, chegou-nos a triste notícia do falecimento do João José Cardoso. Três meses antes, após um jantar num dos restaurantes, por ele (e por nós) apreciado, celebrámos os seus 56 anos, numa das esplanadas da Praça Velha.

Foram momentos em que sentimos uma alegria entristecida, cantando parabéns ao som de “Grândola, Vila Morena”. Momentos em que nos confidenciou um desejo/testamento. A seu tempo, haveremos de o concretizar.

Conheci o João José em meados dos anos oitenta. Tinha sido um dos ativistas do Grupo Ecológico da AAC (Associação Académica de Coimbra). Foi um dos animadores da Rádio Livre Internacional (uma rádio pirata de Coimbra) e um dos fundadores da RUC /Rádio Universidade de Coimbra).
O João José foi um dos dinamizadores do PSR (Partido Socialista Revolucionário) até à fundação do Bloco de Esquerda, em 1999. Em finais dos anos noventa, co-organizou as manifestações contra as missas em honra de Salazar; participou no movimento “Co-Incineração, Não Obrigado”; esteve no movimento “Voto Sim” no referendo da IVG (1998); foi ativista do movimento “Salvem o Sousa Bastos”; e criou um blog “Liberatura”...
Depois do ano 2000, o João José co-organizou manifestações pela independência de Timor Leste; esteve nas manifestações contra a Guerra e Invasão do Iraque; colaborou com a Associação Cigana de Coimbra e SOS Racismo; esteve no movimento “Cidadania e Reponsabilidade Pelo SIM” no referendo da IVG (2007); participou na Plataforma do Choupal; foi dinamizador do blog “Aventar”; foi diretor artístico do grupo de teatro “VIVARTE”; co-organizou as manifestações “Que Se Lixe a Troika”.
Mais recentemente, o João José integrou o movimento “Cidadãos por Coimbra”, tendo colaborado no seu grupo de comunicação e manteve-se empenhado na discussão pública sobre a requalificação do Terreiro da Erva, entre outras temáticas. Também participou nas manifestações de solidariedade para com o povo grego e para com os refugiados.

O Jota Jota (como nós o apelidávamos) vivia uma inquietude permanente na busca dos sons, no registo das imagens, na acutilância das palavras ditas e malditas, nos gestos.rebeldes e na procura dos prazeres. Mas, disse alguém:  “La lucha sigue!””

Leia também:

http://aventar.eu/2015/10/10/joao-jose-cardoso-1960-2015/

http://questoesnacionais.blogspot.pt/

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