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Turquia: Atentado faz dezenas de mortos em manifestação pela paz

Duas bombas explodiram este sábado no início de uma manifestação promovida em Ancara por sindicatos. 86 pessoas morreram e quase duas centenas ficaram feridas no atentado mais mortífero da história recente da Turquia.
O momento da explosão em Ancara foi captado em vídeo.

O balanço do número de mortos tem vindo a crescer ao longo do dia, com os números oficiais a apontarem 86 mortos e 186 feridos, 28 dos quais em estado grave. As autoridades suspeitam de atentado suicida e trata-se do ataque terrorista mais mortífero na história recente da Turquia, com um número de mortos superior aos atentados de Istambul em 2003, reivindicados por um grupo ligado à al-Qaeda.

O atentado ocorre a meio da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 1 de novembro e surge na sequência de outros atentados contra organizações da sociedade civil que protestam contra os ataques do governo à população curda.

A manifestação desta sábado foi promovida pela Confederação dos Sindicatos da Função Pública (KESK), a Confederação dos Sindicatos Progressistas (DISK), o Sindicato dos Arquitetos e Engenheiros (TMMOB) e a Associação Turca de Médicos (TTB) e preparava-se para arrancar junto à estação central ferroviária de Ancara quando se deram as explosões.

 

A poucos dias das eleições de junho, marcadas pela entrada do partido HDP no parlamento, retirando a maioria absoluta ao partido do presidente Erdogan, a esquerda turca também foi alvo de um atentado perto de um comício do partido na cidade de Diyarbakir, predominantemente curda.

Na sequência do atentado deste sábado, o HDP anunciou a suspensão das atividades de campanha eleitoral. “Estamos a assistir a um gigantesco massacre”, afirmou o líder do HDP Selahattin Demirtaş, considerando o atentado como sendo “idêntico e uma continuação dos ataques de Diyarbakir e Suruç”, quando uma caravana de jovens pela paz foi atacada à bomba, fazendo mais de 30 mortos. Por iniciativa do Bloco de Esquerda, o parlamento português aprovou por unanimidade um voto de condenação do massacre.

As bombas explodiram no cortejo dos militantes do HDP e um ataque à sede do partido em Ancara na madrugada de sábado reforçam as suspeitas de que o partido seria o principal alvo deste ataque. Em comunicado, o HDP acrescenta que naquela altura não havia polícia no local da manifestação e que a polícia de choque chegou 15 minutos depois, lançando gás lacrimogéneo sobre as pessoas que tentavam ajudar os feridos.

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