“O voto que defende pensões e emprego é o voto no Bloco”

26 de September 2015 - 17:12

Num almoço de campanha nos Açores, Catarina Martins disse que “a direita quer o poder absoluto para ir ao pote da Segurança Social”, enquanto o PS recusa compromissos à esquerda para poder atacar as pensões e o emprego.

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Almoçi na Ribeira Grande. Foto Paulete Matos

Os apelos de Passos Coelho ao voto de desempregados, pensionistas e funcionários públicos, foram abordados pela porta-voz do Bloco num almoço com apoiantes na Ribeira Grande (ver fotogaleria). Para Catarina Martins, Passos Coelho diz agora querer proteger “aqueles que sempre quis esmagar”.

A porta-voz bloquista recordou que nos últimos quatro anos os funcionários públicos eram “as gorduras que Passos Coelho queria cortar” e que os pensionistas “foram o seu porquinho mealheiro” para financiar a austeridade, enquanto os desempregados se multiplicaram, perderam apoios, “são perseguidos no centro de emprego e eram piegas se não quisessem emigrar”.

Catarina Martins defendeu que os apelos a uma maioria mostram que “a direita quer poder absoluto para ir ao pote da Segurança Social”, e criticou os apelos de Paulo Portas – “o homem das linhas vermelhas e do cisma grisalho” – em nome da estabilidade. “A estabilidade que quer Paulo Portas é a incerteza na vida das pessoas”, respondeu Catarina, acrescentando que nunca faltou estabilidade no país para políticas de austeridade. “Essa é a estabilidade que não interessa”, defendeu.

Catarina Martins também se referiu aos pedidos de maioria absoluta por parte do PS, que “veio responder ao desafio que lhe lancei no debate com António Costa e dizer que não está disponível para um compromisso. Que o seu programa é mesmo reduzir as pensões em 1660 milhões de euros por via do seu congelamento, é arrombar a TSU e facilitar despedimentos. E não quer nenhum acordo, quer o poder absoluto para atacar pensões e emprego”, registou a porta-voz do Bloco.

“Estamos nesta campanha para mobilizar Portugal para defender as pensões e o emprego. O voto que defende as pensões e o emprego é o voto no Bloco de Esquerda”, concluiu Catarina Martins.  

“Os açorianos sabem bem como durante gerações e gerações a vida aqui era impossível e foram obrigadas a emigrar. Mas sabem também como foi feito um esforço grande para mudar isso tudo e como a austeridade destrói esse esforço e volta a obrigar gerações à emigração. Essa destruição nós não perdoamos e é contra ela que nos apresentamos nestas eleições, pela exigência de que haja futuro com dignidade no nosso país”, prosseguiu a porta-voz bloquista.

Outra coisa que os açorianos conhecem bem, acrescentou, é a habilidade do PS, PSD, CDS para esconderem os problemas, fingindo que assim podem desaparecer. É o que acontece nesta campanha com o problema da dívida, que é determinante para o presente e o futuro do país, obrigando à austeridade sem fim, mas que está ausente dos programas da coligação da direita e do PS. O mesmo aconteceu nos últimos anos em relação às quotas das pescas, às quotas leiteiras e à base das Lajes, quando os partidos do centrão não queriam discuti-los em campanha e a economia dos Açores sofre hoje as consequências, com reflexos na vida das pessoas, declarou a porta-voz do Bloco de Esquerda.

António Lima defende a revisão da lei das finanças regionais de 2010

[caption align="left"]António Lima. Foto Paulete Matos[/caption]

O candidato do Bloco pelo círculo dos Açores destacou na sua intervenção a necessidade de mudar a lei de Finanças Regionais que asfixia a Região e veio minar o princípio da solidariedade e coesão nacional. O corte nas transferências financeiras para a Região trouxe uma dupla austeridade sobrea população açoriana que no que depender do Bloco de Esquerda será travada o quanto antes, defendeu António Lima.
 
Também a crise no setor leiteiro, que “veio para ficar”, é uma das grandes preocupações da candidatura, tratando-se de um setor que representa 50% da economia da Região. António Lima recordou que o Bloco apresentou propostas, na Assembleia Regional e na Assembleia da República para resolver o problema  e ambas foram chumbadas, com o voto dos deputados que os açorianos elegeram nas últimas legislativas.