No porto de pesca em Olhão, Catarina Martins sublinhou “a importância desta aposta na sustentabilidade ambiental e na renovação das espécies, mas também na capacidade de transformação do produto, para que fique mais valor em Portugal. É assim que se cria emprego e com salários dignos”.
A porta-voz do Bloco alertou para a “relação de desconfiança do Estado em relação aos mariscadores” de conquilha na Baía de Monte Gordo. ”Dizem-lhes que têm de estar parados, mas não divulgam as análises em que se baseiam esses tempos de paragem. É uma relação conflituosa constante que tem vindo a criar problemas à produção”, denunciou Catarina Martins, defendendo que “o que é preciso é proteger o ambiente e a saúde pública e isso exige transparência por parte do Instituto Português do Mar e Atmosfera”.
“Quem aqui trabalha tem ainda o problema do conflito entre os vários organismos estatais com responsabilidade na gestão da costa, do mar e dos recursos marinhos”, prosseguiu Catarina Martins, criticando a “incapacidade do Estado criar as condições para que quem produz valor o possa fazer”.
“Um Estado com leis tão complexas e tanta burocracia é um Estado que não é transparente. É preciso que toda a gente compreenda as decisões que são tomadas e porque são tomadas”, sublinhou a porta-voz do Bloco.
Questionada pelos jornalistas sobre o apelo de Passos Coelho a consensos entre os partidos, Catarina desvalorizou-as, devolvendo a pergunta: “Mas será possível levar a sério um primeiro-ministro que diz querer consensos ou alargar conversas com outras forças políticas quando nem sequer o respeito básico pelo Estado de direito democrático, que é conhecer a Constituição, foi capaz?”