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Greve de professores do ensino superior nesta terça-feira

Além da greve, o Snesup convoca também uma ação de protesto de docentes no Porto, com cerimónia de encerramento do ano letivo no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), das 11h às 13h.
Segundo comunicado do Snesup, a ação tem como objetivo “expressar o desagrado: pelos cortes no financiamento às Instituições de Ensino Superior e Ciência, que nos últimos anos têm vindo a condicionar de forma muito significativa o normal funcionamento das mesmas, degradando as condições que asseguram um ensino e investigação de qualidade; pela extrema precariedade em que muitos docentes do Ensino Superior e investigadores continuam a desenvolver a sua atividade (45% no Ensino Superior Público e 75% no Ensino Superior Privado) e pelo bloqueio das suas carreiras; bem como pela manutenção de um quadro legal e institucional que origina assimetrias inaceitáveis entre subsistemas e instituições”.
Segundo o sindicato, os docentes e investigadores defendem, entre outras reivindicações, a “reposição de um financiamento que permita o normal funcionamento das Instituições, salvaguardando a qualidade do ensino e investigação”; a “re-introdução de políticas de apoio à contratação estável”, combatendo a precarização e a “alteração e prorrogação dos regimes transitórios dos Estatutos das Carreiras dos Docentes”.
A ação convocada pelo Snesup para esta terça-feira no ISEP é uma “sessão de encerramento do ano lectivo”. Ao jornal Público, o presidente do sindicato, António Vicente, refere que se trata de uma ironia, apontando: “As coisas deviam encerrar quando não têm condições para funcionar”. António Vicente salienta que, neste momento, “não pode ser garantida a qualidade do ensino que vai ser ministrado aos alunos”.
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Correcção
Após verificar que se tratava de uma greve do ensino superior, pensei que era algo geral, mas não, apenas os docentes do ISEP que vieram com mais uma acção de protesto relativamente ao seu estatuto da carreira docente.
A realidade é que o antigo ministro Mariano Gago decretou que todos os docentes dos quadros dos politécnicos (nomeadamente adjuntos que auferem o vencimento equiparado a Prof. Auxiliar com doutoramento, porem sem ter este grau) que tivessem contrato há mais de 2 anos deveriam ter o doutoramento.
Para que isso acontece-se, foi concedida uma redução de 50% do horário de trabalho por um período substancial para que este os docentes interessados levassem a cabo a conclusão desse nível académico, candidatando-se ao programa PROTEC (http://www.fct.pt/apoios/bolsas/concursos/protec.phtml.pt).
Durante esse periodo o ISEP celebrou contractos com assistentes de forma a complementar a lacuna temporaria no corpo docente. Como podem facilmente pesquisar inúmeros docentes em 2008 -2009 candidataram-se a esse programa e foram aceites. Porem chegados a 2015 muitos desses docentes ainda não tinham terminado o doutoramento. Ora o que eu constato, e que são esses mesmo docentes que convocaram esta "pseudo" manifestação a reclamar pelo fim da precariedade. Porem relembro, eles próprios se colocaram nessa situação conjuntamente com o IPP criando um protectorado, mantendo esse docentes nos quadros através de esquemas de avaliações de candidaturas para posições etc. Alias existe um celebre artigo de opinião de um ex-docente do ISEP que coloca em causa esses esquemas (http://dererummundi.blogspot.pt/2011/12/por-uma-reforma-urgente-no-ensin...). Este docente foi despedido compulsivamente do ISEP. A pergunta que ponho é a seguinte, isto e de facto para lutar contra os cortes brutais que foram feitos as instituições com reflexos nas condições de ensino, ou apenas uma forma desesperada para que o governo prolongue por mais uns anitos este programa de forma "tentarem" acabar os vossos Phd's???? Quando acabei a licenciatura decidi prosseguir os meus estudos e neste momento estou a fazer pos-doc, porem sem ter as mesmas regalias em termos monetárias que um docente do ISEP aufere. A pergunta que ponho é, se eu me candidatar ou um colega a uma posição do ISEP seremos aceites com base no grau académico e na publicação cientifica? ou escolhem alguém que já seja docente do ISEP sem doutoramento e com uma lista de publicações miserável ou inexistente? E citando a ultima frase do António Vicente “não pode ser garantida a qualidade do ensino que vai ser ministrado aos alunos”, pergunto se esta greve não leva exactamente ao agravamento dessa situação, alias fruto dessa pressão, a ex-docente do IPP foi apanhada em flagrante (http://www.publico.pt/noticia/professora-acusada-de-plagio-na-tese-de-do...).
Portanto isto não foi uma greve do ensino superior, porem apenas mais uma greve dos docentes dos politécnicos a ver se continua o seu protectorado.
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