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“O voto mais inútil é o voto que é traído”

Num comício em Guimarães, Catarina Martins lembrou as promessas traídas de Passos e Portas e salientou que tanto a direita, como o PS querem fazer mais cortes em pensões e prestações sociais. Pedro Soares afirmou que a situação dramática que se vive no distrito só se pode resolver com criação de emprego e salários dignos.
Catarina Martins afirmou em Guimarães: “A segurança social não é, nem deve ser, o porquinho mealheiro, para se ir buscar os tostões que faltam para cumprir os défices a mando de Bruxelas”

Realizou-se nesta quinta-feira, 17 de setembro, um comício do Bloco de Esquerda em Guimarães em que intervieram: Joaquim Teixeira, deputado municipal em Guimarães, Sónia Gonçalo, dirigente do sindicato do comércio e serviços do Minho, Pedro Soares, cabeça de lista do Bloco pelo círculo de Braga, e Catarina Martins.

A segurança social não é o porquinho mealheiro”

Na sua intervenção, a porta-voz do Bloco afirmou: “Há um tema, que é essencial para o país e, em que nem a direita nem o PS conseguem falar: a Segurança Social”.

“A coligação de direita tem provavelmente a postura mais hipócrita de que há memória: faz de conta que não fez o que fez, faz de conta que o país está bem e faz de conta que não vai fazer o que quer fazer”, destacou Catarina Martins, lembrando que “Passos Coelho já se comprometeu em Bruxelas a cortar 600 milhões de euros no próximo ano nas pensões”.

A deputada lembrou também que no programa da direita está “a privatização de uma boa parte das pensões e colocar as pensões no casino das bolsas”, afirmando que “se as pensões tivessem estado antes da crise financeira nas bolsas, uma pensão de 500 euros valia agora 320”.

“O que a direita propõe é cortar pensões ao ritmo de 600 milhões por ano e ainda colocar boa parte delas no casino das bolsas. A isto chama-se irresponsabilidade”, afirmou Catarina Martins.

“O PS também não tem a melhor das respostas”, porque “o PS tem um problema: não quer austeridade, mas não quer falar alto em Bruxelas, nem chatear a senhora Merkel”, realçou.

Catarina Martins apontou então que o PS “está a preparar-se para cumprir os compromissos que fez com Bruxelas, congelando as pensões no próximos anos e, com isso, reduzindo as pensões em nada mais nada menos do que 1.660 milhões de euros nos próximos 4 anos” e salientou que “António Costa promete cortar, nos próximos 4 anos, 1.000 milhões de euros em prestações sociais”.

“A segurança social não é, nem deve ser, o porquinho mealheiro, para se ir buscar os tostões que faltam para cumprir os défices a mando de Bruxelas”, afirmou Catarina Martins, sublinhando que “a segurança social vive das contribuições de quem trabalha, para pagar as prestações na doença, no desemprego, na velhice, na invalidez”.

Realçando que a Segurança Social está garantida até 2060, a deputada considerou que a política do governo PSD/PP, “tão irresponsável”, provocou problemas à Segurança Social e salientou que o Bloco propõe “uma pequeníssima taxa de 0,75 sobre o valor acrescentado das grandes empresas”, que permitiria, em 4 anos, ter mais 1.200 milhões de euros na segurança social”.

“Não é preciso ir buscar aos de sempre”, destacou.

Foto de Paulete Matos


O voto mais inútil

Catarina Martins lembrou depois os slogans da direita em 2011, como “o partido do contribuinte ou dos pensionistas”, e as promessas de Passos Coelho, rasgadas assim que chegou ao governo, de que “não ia sacrificar as classes médias por causa de compromissos externos”, “não ia cortar subsídio de natal e de férias”, “parava o esbulho fiscal” e afirmou: “O voto mais inútil é o voto que é traído”.

A porta-voz do Bloco lembrou que quem confiou no Bloco confiou num partido que teve a iniciativa de ir ao Tribunal Constitucional com as medidas do governo e assim conseguiu-se impedir os cortes nas pensões neste ano.

Catarina Martins afirmou que os eleitores têm na mão o poder de mudar, sabem que “nunca nos vergámos aos donos da finança”. “Com o Bloco de Esquerda sabem com o que contam: olhos nos olhos, compromissos sérios”, realçou.

Situação dramática só se pode resolver com emprego com direitos e salários dignos”

Pedro Soares afirmou que situação dramática no distrito só se pode resolver com criação de emprego e salários dignos – Foto de Paulete Matos

Pedro Soares, cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo círculo de Braga, acusou Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente e cabeça de lista da coligação PàF, de ter “a distinta lata de dizer que o objetivo da coligação é a coesão social”, quando a situação no distrito é dramática e está em agravamento.

Pedro Soares denunciou que em Braga “não vai haver bolsas de estudo para os estudantes universitários neste mês”, mês do início do ano letivo, segundo informação da associação académica do Minho.

O candidato denunciou também que “centros hospitalares encerram”, para hospitais serem privatizados. Referiu que “dois centros hospitalares do Ave vão ser desmantelados” e que “o centro hospitalar do Médio Ave vai ser desmantelado, porque o hospital de Santo Tirso vai ser entregue à Santa Casa da Misericórdia”.

Pedro Soares apontou também a grande contradição de esta região ser “a mais jovem” e ter uma taxa de natalidade mais baixa que a média do país e considerou que essa situação “tem a ver com a “falta de perspetiva” de vida e com “a emigração dos mais jovens, que vão contribuir depois de formados para a riqueza de outros países”.

Pedro Soares denunciou também os baixos salários e o elevado desemprego na região e afirmou: “A situação na região é dramática e só se pode resolver com emprego com direitos e salários dignos”.

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