“O perigo é ter governos que não defendam o país”

No debate enfrentaram-se, além de Joana Mortágua, Maria Luís Albuquerque pelo PàF, Ana Catarina Mendes, do PS e Francisco Lopes pela CDU.

Um dos momentos altos do debate foi quando a cabeça de lista do Bloco afirmou que em 2012, com o pedido de fiscalização do Orçamento ao Tribunal Constitucional, “o Bloco de Esquerda, na oposição, fez mais pelo crescimento do país e pelo rendimento dos portugueses do que o PSD no governo”.

A saída de pessoas qualificadas custa ao país 9.000 milhões por ano. “É mais do que gastamos em juros de dívida num ano”.

Ao responder a uma pergunta sobre os perigos da bipolarização da eleição, Joana Mortágua sublinhou que o verdadeiro perigo é “continuarmos a ter governos que não estão disponíveis para enfrentarem a finança e enfrentarem a Europa e defender o país”, E citou um estudo que calcula que a saída de cérebros, de pessoas qualificadas, custa ao país 9.000 milhões por ano. “É mais do que gastamos em juros de dívida num ano”, advertiu.

Lá fora, governo vangloria-se do empobrecimento

Outro momento alto foi quando Joana Mortágua, numa resposta à ex-ministra das Finanças, mostrou um documento que o governo leva quando vai vender dívida pública ao estrangeiro “em que apregoa as reformas que fez no país, nomeadamente o aumento do tempo de trabalho, o facilitamento do despedimento individual, a diminuição dos trabalhadores abrangidos pela contratação coletiva, a diminuição do custo unitário de trabalho”. Para a candidata do Bloco, isto significa que “quanto pior o país estiver, quanto mais pobres estiverem os trabalhadores, mais o governo se vangloria lá fora das suas reformas.” E completou: “isto mostra que empobrecer o país sempre foi um objetivo deste governo”.