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BES tornou-se “alhada monumental” para Passos Coelho
“A corrupção, a promiscuidade, a fraude têm feito parte do sistema financeiro em Portugal. No caso do BES, há 25 governantes que passaram pelo banco”, afirmou José Soeiro, lembrando que o escritório de advogados do cabeça de lista da coligação de direita, Aguiar Branco, era o responsável pelo contencioso do BES.
“Olhem à vossa volta: Durão Barroso é Banco Espírito Santo, Maria de Belém é Banco Espírito Santo, Miguel Frasquilho, o responsável do governo pelo investimento estrangeiro, é Banco Espírito Santo, e por aí fora. É porque esteve em todos os governos que o Banco Espírito Santo pôde fazer uma fraude desta ordem durante tanto tempo, não só sendo ignorado mas sendo protegido”, afirmou Francisco Louçã nesta iniciativa na Baixa do Porto.
Francisco Louçã referiu-se à proposta de Passos Coelho para encabeçar uma subscrição pública como “uma alhada monumental” para o primeiro-ministro. “Suponho que na próxima semana lhe perguntaremos quanto é que foi o resultado do peditório até agora, qual é que foi o contributo dele, o que é que pensa fazer para divulgar o peditório, porque o primeiro-ministro meteu-se numa alhada monumental porque não tinha pensado que alguém lhe perguntaria o noves-fora-zero", disse Francisco Louçã.
"Quem foi enganado para fazer um depósito e o depósito foi aplicado no jogo financeiro - e fraudulento - tem todo o direito de considerar que a instituição que o recebeu e aconselhou é inteiramente responsável. Não é o banco mau que é o responsável, o responsável é o Novo Banco e as instituições que o tutelam", declarou o economista e ex-coordenador do Bloco.
Para Louçã, o processo da venda do Novo banco revelou “um amadorismo, uma impreparação e uma ligeireza por parte do regulador e do próprio banco”. Quanto à existência de prejuízos para os contribuintes que resultam desta operação, Louçã afirmou que "na verdade, há imensos prejuízos, porque há a perda direta da Caixa Geral de Depósitos, há a perda futura de impostos que é a mais importante de todas, todos os bancos que forem chamados a pagar o défice do fundo de resolução vão repercutir essa diferença como prejuízos e como prejuízos vão abater nos seus resultados e nos seus impostos. Isto é um mais um igual a dois".
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