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Taxistas protestam contra concorrência desleal da Uber

Marchas lentas em Lisboa, Porto e Faro mobilizaram centenas de taxistas contra a empresa norte-americana, que acusam de fazer transporte ilegal, não cumprindo a regulamentação dos transportes em Portugal.
Protesto dos taxistas em Lisboa. Foto de Helena Figueiredo
Protesto dos taxistas em Lisboa. Foto de Helena Figueiredo

Centenas de taxistas protestaram esta terça-feira, de manhã e de tarde, em Lisboa, Porto e Faro contra a Uber, para "alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime".

A Uber é uma empresa criada nos Estados Unidos e com atividade em mais de 70 países, baseada numa aplicação móvel que estabelece ligação entre o cliente e um motorista privado ou que esteja ao serviço de empresas parceiras da Uber. A empresa opera em Lisboa há um ano e há nove meses no Porto.

Concorrência desleal

Os taxistas acusam os motoristas particulares que trabalham para a Uber de fazerem concorrência desleal. Florêncio de Almeida, da ANTRAL (Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros), afirma que as centrais de rádio em Portugal já têm tecnologia tão boa quanto a da Uber. “O problema que se coloca são as ilegalidades que a Uber está a fazer no país. Desde que qualquer tecnologia cumpra com a regulamentação dos transportes em Portugal, nós não temos nada contra isso, temos é contra as entidades que fazem transporte ilegal, que é o caso da Uber. Nós somos a favor das tecnologias, não somos retrógrados. Não podemos é permitir que a coberto de qualquer tecnologia se queiram fazer transportes ilegais em Portugal.”

A ANTRAL recorda ainda que apesar de haver duas decisões dos tribunais que proibiram o funcionamento da Uber em Portugal, a empresa continue a operar.

Ovos contra os que não aderiram

Em Lisboa, o protesto começou no Parque das Nações, Lisboa, a caravana de táxis em protesto contra o transporte de passageiros pela empresa que utiliza a aplicação Uber, chegou ao aeroporto e dirigiu-se, em seguida, ao Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT).

Durante o protesto, alguns taxistas agrediram colegas que estavam a trabalhar, atirando ovos contra os carros de quem trabalhava, o que acabou por provocar confrontos. Durante essas agressões, um fotojoranlista da agência Lusa foi agredido.

No Porto, a manifestação passou em frente à autarquia local e pelo aeroporto. Ao todo, segundo as contas da agência Lusa, perto de 800 taxistas terão participado no protesto.

O ministro da Economia, Pires de Lima, disse entender os protestos dos taxistas contra a Uber e que o serviço seja encarado como uma "ameaça".

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