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Bloco quer consenso para evitar futebol e eleições no mesmo dia

Pela primeira vez em 41 anos de democracia, foram marcados jogos de futebol para o dia das legislativas. O Bloco quer que o governo procure junto da CNE um consenso para evitar que isso aconteça.
Foto Jon Candy/Flickr

“Não é razoável que um regulamento se possa sobrepor a esta ideia de que os cidadãos se devem concentrar nas eleições”, declarou o dirigente bloquista Pedro Soares, que lidera a lista do Bloco de Esquerda por Braga, recusando “uma cultura de que deve haver uma prevalência do futebol sobre as outras coisas”.  

O Bloco de Esquerda apelou ao governo que procure junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) “um consenso com os agentes desportivos para que não haja jogos de futebol” a 4 de outubro. Contactado pelo Diário de Notícias, o diretor-geral da Administração Eleitoral afirmou-se surpreendido com a notícia da marcação de jogos e diz que sempre houve a prática de o Ministério da Administração Interna dialogar com a tutela do desporto no sentido de recordar que não é desejável a realização de eventos desportivos que envolvam a deslocação de grandes massas de pessoas”.

Quanto à CNE, diz ter sido apanhada de surpresa pelo anúncio do calendário futebolístico. A Liga de Clubes justifica os jogos de 4 de outubro com o período obrigatório de paragem dos clubes envolvidos nas competições europeias na semana anterior e pelo início do estágio da seleção nacional no dia seguinte às eleições.

Mas o primeiro-ministro não está disposto a agir para evitar a sobreposição de datas entre as eleições e os jogos dos três maiores clubes portugueses de futebol, tendo afirmado aos jornalistas que “as pessoas podem dispersar a sua atenção por muitas outras coisas”.

Quanto à CNE, diz ter sido apanhada de surpresa pelo anúncio do calendário futebolístico. A Liga de Clubes justifica os jogos de 4 de outubro com o período obrigatório de paragem dos clubes envolvidos nas competições europeias na semana anterior e pelo início do estágio da seleção nacional no dia seguinte às eleições.

“Entendemos que é desaconselhável e negativo para democracia”, afirmou o porta-voz da CNE ao Diário Económico. Para João Almeida, trata-se de “eventos que arrastam muitos eleitores. Temos recomendado que se possível não se realizem eventos desta dimensão”. Até porque, sublinhou o porta-voz da CNE, "os cidadãos já não são de si muito participativos" em atos eleitorais. A CNE reunirá para a semana e deverá recomendar a não realização dos jogos, mas os clubes não são penalizados caso a decidam ignorar.

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