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Jornalista moçambicano executado em Maputo
Segundo o jornal moçambicano A Verdade, Paulo Machava foi baleado mortalmente, pouco depois das 6 horas da manhã desta sexta-feira, por desconhecidos que se deslocavam numa viatura ligeira. Os assassinos não pararam a viatura "afrouxaram e deram os tiros, depois continuaram sem sequer acelerar muito". O jornalista terá sido atingido por quatro tiros, dois na cabeça e dois nas costas.
Paulo Machava trabalhou na Rádio Moçambique, depois nos semanários Savana e Zambeze e fundou o jornal eletrónico Diário de Notícias e o semanário Embondeiro.
Segundo o “Jornal de Notícias”, Paulo Machava estava a organizar uma manifestação contra o julgamento do economista Nuno Castel-Branco e dos jornalistas Fernando Veloso e Fernando Banze, acusados de atentar contra a segurança do Estado
O economista Nuno Castel-Branco divulgou, em novembro de 2013, uma carta dirigida ao então Presidente da República Armando Guebuza na sua página pessoal no facebook. A carta foi depois divulgada pela imprensa local e pode ser lida aqui.
Na carta, o economista criticava duramente Armando Guebuza, responsabilizava-o pela crise política, acusando-o, nomeadamente, de “estar fora de controlo” e de mandar “atacar as sedes políticas da Renamo”.
Nuno Castel-Branco foi então acusado, pela Procuradoria-Geral da República, de crime contra a segurança do Estado e Fernando Veloso, diretor editorial do semanário Canal de Moçambique, e Fernando Banze, editor do diário eletrónico Mediafax, respondem pelo crime de abuso de liberdade de imprensa.
O julgamento está marcado para a próxima segunda-feira, 31 de agosto de 2015. A Amnistia Internacional apela às autoridades moçambicanas a que retirem imediatamente todas as acusações contra Carlos Nuno Castel-Branco e Fernando Mbanze, “cidadãos acusados apenas por praticarem, pacificamente, o seu direito à liberdade de expressão”.
Segundo a “Folha de Maputo”, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) condenou com veemência o “assassinato cruel” de Paulo Machava. O MDM solidariza-se com a família e a “classe jornalística” e afirma que “os mandantes destes crimes enganaram-se pensado que podem silenciar o País e o Mundo, calar a verdade, intimidar a Liberdade de Imprensa e a Democracia assassinando vidas”.
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