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China promove maior desvalorização da moeda em mais de 20 anos
O Banco Central da China voltou a diminuir a taxa de câmbio do yuan em 1, 62% em relação ao dólar nesta quarta-feira (12/08), promovendo a maior desvalorização da sua moeda desde 1994, quando o sistema cambial moderno começou no país.
A decisão, que levou a moeda local a valer 6,33 yuans por dólar, vem um dia após a segunda maior economia do mundo anunciar uma reforma no sistema cambial, derrubando bolsas por todo o mundo.
A bolsa de Xangai caiu 1,1%, a de Tóquio teve retração de 1,58%, a de Hong Kong, de 2,38%, enquanto Seul retraiu 0,56%. Já na Europa, os mercados abriram com fortes quedas em Milão (-1,3%), Paris (-1,8%), Frankfurt (-1,8%), Madri (-1,6%) e Londres (-1,3%).
Para o governo chinês, essa variação é classificada como “normal” e essas medidas foram adotadas para tornar o câmbio "mais livre", fazendo com que ele siga as regras da "oferta e da procura".
Entretanto, como as exportações chinesas apresentaram uma forte queda recentemente (8,3% das vendas ao exterior), os investidores estimam que a decisão serve apenas como ferramenta de incentivo para vantagens comerciais já que os seus produtos foram embaratecidos — algo negado por Pequim.
"Depois do anúncio da melhoria da cotação de ontem, levará algum tempo para que os atores do mercado se ajustem à cotação e às práticas de troca, assim como para explorar e encontrar o preço de equilíbrio no mercado", comentou o BC chinês.
Apesar disso, as decisões da instituição foram totalmente inesperadas para os mercados mundiais. “A China é um grande condutor de crescimento em todo o mundo, então, há um certo risco para o crescimento global, afirmou Otto Waser, chefe de investimentos da R&A Research & Asset Management, à Bloomberg.
“Isso está a afetar um sentimento em todo o mundo e cria mais incerteza. Se a economia global se tornar mais fraca, o Fed (BC dos EUA) vai ficar de olho no dólar”, acrescentou.
Instabilidade chinesa
No mês passado, o mercado de ações da China teve a pior queda em oito anos, chegando a cair mais de 8%. Além disso, em junho, as ações chinesas desvalorizaram 30%, fazendo com que o governo interviesse com mais força nos mercados.
No início de 2015, houve um aumento no volume de negociações muito grande, numa estratégia definida pelo governo para supervalorizar as principais bolsas e usá-las para induzir o crescimento económico.
Entretanto, como no país há cerca de 90 milhões investidores individuais, em grande parte amadores e sem conhecimentos financeiros, o mercado de ações acabou por se tornar muito instável e volátil.
Além da queda nas exportações, no primeiro trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto) chinês avançou 7%, o pior ritmo em 6 anos.
Artigo publicado em http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/41307/china+promove+maior...
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