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Encerramento do Liberdade 2015

Nestes cinco dias foi diferente. Em cada debate, festa, filme, workshop quisemos abrir as portas, e a liberdade passou por aqui. Por Afonso Jantarada.
Foto de Inês Tavares

Dizia António Gedeão , no seu famoso poema “ Pedra Filosofal” que sempre que sonhávamos o mundo pulava e avançava. Com este acampamento foi exatamente isso que tentámos fazer : sonhar e criar um novo mundo que queremos construir daqui para a frente. E que urgente é construi-lo!

Olhamos à nossa volta e vemos a(o)s nossa(o)s amiga(o)s imigrada(o)s ; um desemprego e uma precariedade laboral que nos afeta a toda(o)s ; um mundo dominado pelo discurso neo – liberal; um mundo em que existem pessoas que acham no direito de julgar as nossas opções de orientação e identidade sexual; um mundo machista e sexista, em que ainda não temos o direito ao nosso corpo; um mundo hipócrita que se recusa a legalizar as drogas leves beneficiando assim os traficantes ; um mundo racista e xenófobo, em suma, um mundo capitalista.

Mas nestes cinco dias foi diferente.

Em cada debate, festa, filme, workshop quisemos abrir as portas , e a liberdade passou por aqui. Como sempre o bloco não fugiu a nenhuma luta: foi por isso que tivemos plenários estudantis e de precariedade, foi por isso que debatemos a origem da crise do BES; as alterações climáticas e o eco socialismo ; a legalização das drogas leves e o direito à habitação. Foi também por isso que decidimos a existência de espaços diários para debater lutas concretas, tal como o espaço LGBTQIA+ ou o espaço feminismo. O acampamento é também um momento que marca o fim de um ano de luta política e a preparação para o que ai bem :sendo assim, foi fundamental contar com a participação de militantes de todo o país: Lisboa, Porto, Setúbal, Leiria, Coimbra, Beja, Santarém, Braga, Aveiro , Faro, Guarda, Funchal e até Ayamonte no estado espanhol.

Foi fundamental porque nos permitiu construir pontes entre as várias lutas concretas assim como a criação de espaços de formação política de experiências de militância.

Este acampamento foi também diferente pois criou um sistema de organização alternativo em que cada um e cada uma de nós deu um pouco de si para que este se realizasse quer na participação nos turnos, quer na discussão política, quer na construção de um ambiente inclusivo e auto-critico com a participação na hora do bitaite.

Chegados ao fim destes cinco dias é tempo para preparar-mos as batalhas difíceis que aí vêm , é tempo de passarmos para grande escala o que construímos durante este acampamento.

Aproxima-se agora a possibilidade de julgar as políticas que foram impostas ao nosso pais durante os últimos anos… as eleições legislativas.

Nestas eleições defrontam-se duas posições que são mais opostas que nunca : por um lado temos a direita e o PS com o discurso da austeridade e germanófilo ( conforme dizia ontem Louçã) que pretende continuar a vender o país , privatizando ou concessionando a privados os mais fundamentais públicos e perpetuando a ditadura económica que nos é importa pelo tratado orçamental ; por outro encontra-se o nosso lado, o lado da esquerda.

O lado daqueles e daquelas que se levantam na defesa de uma Europa mais solidária, o lado daqueles e daquelas que querem não só defender o estado social como aprofundá-lo. É importante dizer que cada voto no bloco de esquerda é um voto contra a burguesia portuguesa e europeia por uma sociedade socialista que respeita os direitos de cada um e cada uma de nós.

Amanhã quando acordarmos temos esta luta difícil para fazer, mas é precisamente por ser difícil que temos de nós a fazê-la. Vamos com a força toda, porque um novo mundo começa aqui !

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Sobre o/a autor(a)

Estudante. Atvista do Bloco de Esquerda
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