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ONGs escrevem carta aberta a Eduardo dos Santos

Quatro organizações não- governamentais de defesa dos direitos humanos enviaram uma carta aberta ao chefe de Estado angolano sobre a “supressão da Liberdade de Expressão, Associação e Reunião Pacífica em Angola“.
Detenções de opositores

A carta aberta refere a “prisão arbitrária, no dia 20 de Junho de 2015, e à detenção continuada, de pelo menos 15 indivíduos reunidos para uma troca de opiniões de natureza política” e solicita a José Eduardo dos Santos que “tome medidas no sentido de repor o respeito pelo direito de liberdade de expressão, associação e reunião pacífica no país”.

“As críticas relacionadas com a governação, os protestos pacíficos e as expressões de insatisfação não constituem, em si mesmos, actos de traição”, lembra a carta assinada pelos diretores do Southern Africa Litigation Centre, Amnistia Internacional, Associação de Advogados da SADC e Front Line Defenders. “Solicitamos ainda que recorde todas as autoridades governamentais da posição do Conselho de Direitos Humanos da ONU de que os protestos públicos não devem ser considerados uma ameaça”, sublinha o texto enviado ao chefe de Estado angolano.

Vaga de prisões não impede manifestação marcada para dia 29

Esta quarta-feira, os jovens do Movimento Revolucionário denunciaram que as detenções de opositores prosseguem. A Rede Angola refere que Pedro Bunga, também conhecido como General Mc Life, foi detido na terça-feira e levado para parte incerta, elevando para 18 o número de detidos desde junho por razões políticas.

“Pedimos a liberdade de todos. Se não forem libertados, não vamos parar. Se a missão do governo é matar todos os angolanos, estamos preparados para isso. Não seremos mais humilhados. Está confirmada a manifestação para o dia 29, às 15h, no Primeiro de Maio, e não temos horário para terminar. Até ao aniversário do presidente vamos dar sequência. Não vamos aceitar que continue a gozar connosco porque isso é um abuso. Somos angolanos e todos temos direito de pensar; não pode cortar o  nosso direito de pensar”, disse à Rede Angola o ativista do Movimento Revolucionário Adolfo Campos, que já entregou a comunicação da realização do protesto ao Governo Provincial de Luanda, como a lei exige.

Também Luís Nascimento, vice-presidente do Bloco Democrático, denunciou mais duas detenções recentes nos meios militares: Zenóbio Zumba, capitão das FAA, dos serviços de Inteligência e Segurança militar, e de Osvaldo Caholo, tenente da Força Aérea Angolana. O dirigente político considera que estas detenções servem apenas para legitimar as anteriores. “O que os serviços de investigação criminal pretendem agora é juntar aos jovens detidos,  jovens militares, como o Osvaldo que já estava preso e agora o Zenóbio, isto porque em África quem é que consegue um golpe de estado sem exército?”, questionou.

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