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Tsipras: “Um acordo difícil, mas que permite continuar a luta”
“O acordo é difícil, mas impede a transferência de bens públicos para o estrangeiro e o colapso do sistema financeiro. E fomos bem sucedidos na dura batalha para incluir a restruturação da dívida e o financiamento a médio prazo”, afirmou o primeiro-ministro grego.
“Sabíamos que não seria uma tarefa fácil, mas deixamos um legado significativo para a mudança necessária por toda a Europa. A Grécia continuará a lutar e nós também, para regressarmos ao crescimento e recuperar a soberania”, prosseguiu Tsipras.
Reconhecendo que as medidas que o parlamento aprovará em breve “criam efeito recessivo” Tsipras diz ter esperança que o pacote de 35 mil milhões de euros para estimular a criação emprego, a par da restruturação da dívida e do financiamento assegurado por três anos crie nos mercados e nos investidores a sensação de que “o Grexit pertence ao passado”. Se isso acontecer, prevê Tsipras, estarão reunidas as condições para “uma vaga de investimento que compense o efeito recessivo”.
Tsipras: “Desta vez os sacrifícios recairão sobre os que escaparam até agora”
“O povo grego irá apoiar os esforços para regressarmos ao crescimento porque os sacrifícios serão dirigidos com justiça social, é a garantia que damos. Desta vez recairão sobre os que escaparam até agora, porque eram protegidos pelos anteriores governos”, sublinhou.
“A Grécia precisa de reformas radicais no interesse da maioria social e contra a oligarquia que nos trouxe até aqui. Esta é a promessa para o novo caminho que começa amanhã”, concluiu Tsipras na sua declaração em Bruxelas.
Leia aqui o acordo da cimeira europeia
Ao início da manhã, o governo grego e os credores fecharam o acordo para um financiamento que pode chegar aos 86 mil milhões e incluir a restruturação da dívida e um pacote de 35 mil milhões para a criação de emprego. A Grécia continua no euro e a asfixia aos bancos vai acabar, ao contrário da austeridade.
O acordo define como pré-condição que a Grécia aprove esta semana as alterações no regime do IVA e das pensões, a independência da entidade que trata das estatísticas nacionais e a criação de mecanismos de cortes automáticos de despesa em caso de desvio das metas orçamentais.
A aprovação destas medidas permitirá avançar para a negociação do programa e desbloquear 7 mil milhões a 20 julho e outros 5 mil milhões em meados de agosto. O BCE deverá agora retomar a liquidez à banca grega, ainda de portas fechadas após a asfixia decretada nas últimas semanas pelo Eurogrupo.
O FMI também deverá estar ligado ao novo programa e o fundo a constituir para as privatizações, no valor de 50 mil milhões de euros, será constituído e gerido pela Grécia, ao contrário da proposta inicial que passava a gestão para uma instituição onde o governo alemão participa através do banco público de investimento. Metade do total das vendas servirá para recapitalizar os bancos, um quarto para abater a dívida e um quarto para investimento.
Tal como no acordo de 20 de fevereiro, a Grécia fica obrigada a consultar as instituições (BCE, FMI e Comissão) antes de propor legislação nas áreas cobertas pelo programa. E terá de rever legislação que contrarie as medidas deste programa ou apresentar alternativas que compensem a despesa. O pacote anticrise humanitária, que garante eletricidade, alimentação e alojamento aos mais pobres, fica a salvo desta revisão.
No programa a assinar no âmbito do Mecanismo de Estabilidade Europeu, será avaliada a sustentabilidade da dívida grega, com o documento agora aprovado a prever o alargamento das maturidades e dos períodos de carência, que deverão substituir os cortes nominais no montante da dívida grega.
Leia aqui o texto completo do acordo.
Artigo publicado em InfoGrécia.
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