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Ferroviários da EMEF em luta contra privatização da empresa

Desde a passada quarta-feira, os trabalhadores da EMEF do Entroncamento têm vindo a cumprir greves parciais de 2 horas por dia, que se prolongam pelos dias 13 e 15 de julho. Paralelamente, os ferroviários promovem acções, como a de hoje, contra a privatização da empresa e em defesa da segurança, qualidade, fiabilidade da ferrovia, dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores, bem como do interesse nacional.
Para o próximo dia 16 de julho, quinta-feira, está agendada uma manifestação de ferroviários em defesa da CP Carga e EMEF. A iniciativa terá lugar em Lisboa, junto à sede da CP, nas Escadinhas do Duque, pelas 10h30.
Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) frisa que a privatização da CP Carga e da EMEF constitui “mais um crime contra os interesses nacionais, inserido numa estratégia há muito desenvolvida por sucessivos governos e à qual o Governo PSD/CDS tem dado continuidade, de entrega ao grande capital, sobretudo estrangeiro, de importantes empresas estratégicas, como é o caso das empresas públicas de transportes”.
“Um crime realizado por um governo social e politicamente derrotado que procura, no tempo que lhe resta, levar por diante o mandato que lhe está conferido pelos grandes interesses”, lê-se no documento.
Segundo o SNTSF, “ o Governo português está já a privilegiar vários grupos económicos para o futuro da ferrovia nacional, procurando garantir-lhes lucros durante muitos anos, à custa dos direitos dos trabalhadores, do aparelho produtivo, da segurança ferroviária, da modernização e desenvolvimento do nosso País”.
“A CP Carga e a EMEF não estão condenadas à privatização e destruição”, avança, sublinhando que “o seu papel estratégico para a economia nacional pode e deve ser potenciado, com investimento público, com uma maior e mais profunda articulação com o aparelho produtivo nacional, com uma opção estratégica de desenvolvimento e modernização da rede de transportes no plano nacional”.
“Mas tal opção”, vinca o sindicato, “é inseparável de uma ruptura com a política de direita que tem vindo a ser concretizada nos últimos 38 anos e de uma outra política e um outro governo, soberano e de esquerda, que em vez de servir os interesses do capital esteja vinculado aos interesses do povo e do País”.
“ Estas empresas, com perto de dois mil trabalhadores, correspondem a áreas de intervenção da ferrovia nacional que assumem um carácter verdadeiramente estratégico e decisivo, cuja privatização significaria a pura e simples submissão do sector aos ditames dos grupos económicos, alerta o SNTSF, defendendo que “quer na área da manutenção do equipamento ferroviário, quer no transporte de mercadorias e logística, o nosso país não pode correr o risco de ficar espoliado de instrumentos fundamentais para o desenvolvimento económico”.
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