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Quercus diz que central nuclear de Almaraz é uma "bomba-relógio"
A central nuclear de Almaraz, a funcionar desde o início da década de 1980, está situada junto ao Rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre.
Ouvido pela agência Lusa, Samuel Infante, responsável pelo núcleo da Quercus de Castelo Branco,
explicou que os resultados do teste de resistência pedido pela Greenpeace à central nuclear espanhola "reforçam, mais uma vez, tudo o que a Quercus tem dito".
O ambientalista advertiu que “há um risco sério de ocorrerem incidentes, e não vemos qualquer iniciativa por parte do governo. Temos feito alertas e parece que deste lado da fronteira (Portugal) não existe problema", adiantou.
Na segunda-feira, a responsável da área de Energia Nuclear da Greenpeace, Raquel Montón, denunciou que a central nuclear espanhola de Almaraz chumbou num teste de resistência pedido pela Greenpeace, evidenciando a falta do mesmo tipo de válvulas que deu origem ao acidente em Fukushima, no Japão.
Faltam válvulas de segurança
A Quercus considera que a central de Almaraz (na bacia do Tejo, a pouco mais de 100 quilómetros da fronteira de Portugal) "não tem válvulas de segurança para impedir uma explosão de hidrogénio, tal como não tinha Fukushima, e a sua instalação não está prevista até finais de 2016".
Após o incidente no Japão, as autoridades e os reguladores europeus recomendaram que as centrais instalassem estes sistemas de forma urgente.
"Em Espanha, não foram postos e não se está a exigir isso até ao ano 2016 ou mais tarde. Enquanto isso, as centrais continuam a funcionar, incluindo a de Almaraz, que não tem sistemas de ventilação filtrada", salientou.
Ministro tem total confiança
Também ouvido pela Lusa, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, disse ter "uma total confiança no processo de cooperação entre Portugal e Espanha ao nível da monitorização" da segurança nuclear.
O ministro reconheceu não ter conhecimento do relatório da Greenpeace.
"Terei a oportunidade de o analisar, mas em qualquer caso gostava de enfatizar que a segurança nuclear – sendo uma preocupação de todos os países, nomeadamente Portugal – tem um enquadramento jurídico, legal e de monitorização bastante exigente no contexto europeu e é nesse contexto que temos trabalhado", afirmou.
A Greenpeace apelou, esta segunda-feira, a que Portugal se queixe junto das autoridades internacionais quanto ao que considera ser a falta de condições de segurança das centrais nucleares espanholas, assegurando que Madrid não está a informar Lisboa sobre os impactos ambientais.
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