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Produtores pecuários realizam marcha de tratores em Aveiro, nesta sexta-feira
À Lusa, Albino Silva da ALDA afirmou: “O fim das quotas leiteiras é uma desgraça para os produtores, tendo em conta que não houve da parte dos governos medidas em defesa da produção nacional”.
Albino Silva diz que o fim das quotas leiteiras representa “a liberalização total do setor e o leite proveniente de outros países vai encher o mercado nacional” e põe em causa a viabilidade das explorações, que estão “numa situação altamente aflitiva e complicada”.
“Os preços pagos à produção estão ao nível de há 20 anos e não acompanharam o aumento dos fatores de produção, como o gasóleo e a eletricidade, as rações e os impostos, entretanto criados, que esmagam as explorações nacionais”, denuncia Albino Silva.
A ALDA aponta que muitas explorações encerraram por não terem dimensão ou não conseguirem cumprir as novas exigências de sanidade animal.
“Se o Governo não tomar medidas é uma desgraça total. Mete cá leite quem quiser, o que naturalmente prejudica a nossa produção, e estamos a falar de pequenas e médias [explorações], mas também de explorações com 100 cabeças de gado e mais, o que não é nenhuma brincadeira”, antevê Albino Silva.
Na ação de protesto apoiada pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), os tratores vão sair de Válega pelas 10 horas de sexta-feira, rumo a Aveiro.
A ALDA aponta que a luta é também contra a "ditadura comercial, exercida pelos hipermercados que fomentam as importações e esmagam em baixa os preços à produção nacional” e é contra os “custos especulativos dos fatores de produção, muito por causa da pesada carga fiscal que lhes tem sido aplicada nos Orçamentos de Estado”.
A Beira Litoral é uma das principais bases leiteiras do país, onde já existiram cerca de 30 mil explorações mas que atualmente deverá ter apenas 1.500, segundo a ALDA.
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