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Tsipras: “Europa deve deixar de dar tiros nos pés”
“Recebemos um mandato de quatro anos para pôr fim à austeridade”, lembrou Tsipras, sublinhando a responsabilidade dos credores por terem transformado a Grécia numa “colónia da dívida” nos últimos cinco anos. “A Europa deve deixar de dar tiros nos pés”, diz o primeiro-ministro grego.
“A crise tem de ser paga pela oligarquia, não por quem trabalha”, defendeu o primeiro-ministro grego, acusando os credores de insistirem nos cortes de pensões e subida do IVA de bens essenciais para prosseguirem a sua agenda política. “Eles estão a dar uma mensagem clara de que a vontade do povo não pode mudar as coisas, não pode derrubar o neoliberalismo. Isto é um combate para afogar qualquer modelo que defenda os interesses da maioria da sociedade. A asfixia financeira por parte do Banco Central Europeu confirma isso mesmo”, acrescentou Tsipras.
Falando das negociações dos últimos meses, Tsipras recordou que o compromisso assumido pelo anterior governo era de um saldo primário orçamental de 3% para este ano, que implicaria cortes ainda mais brutais, quando agora os credores aceitam um saldo de 1% em troca de mais cortes. “Chegou a altura da Europa debater de forma séria e consistente, não apenas pelo futuro da Grécia, mas sobretudo pelo seu próprio futuro. Querem conduzir um país e o seu povo em direção à humilhação e pobreza, ou encontrar soluções e abrir a via para a consolidação da democracia e da solidariedade na Europa?”, perguntou.
“Não foram meses fáceis. Apesar das armadilhas constantes dos apoiantes do memorando, conseguimos manter-nos bem erguidos e avançar com as primeiras medidas de alívio aos que mais sofreram com a crise nos últimos cinco anos”, resumiu Tsipras no discurso aos deputados do seu grupo parlamentar.
Manifestação na véspera do Eurogrupo
Com o impasse das negociações, o Syriza marcou uma manifestação para Atenas na véspera do Eurogrupo, para defender que o governo não aceite nenhum compromisso que implique mais austeridade para o país.
“O governo grego já fez muitas cedências num esforço para evitar as ameaças e chantagens, não é possível recuar mais. O governo não tem outra saída senão recusar essa chantagem e encontrar uma solução que respeite o mandato popular”, diz o texto da convocatória.
“É certo que não é uma decisão fácil, mas é a única que corresponde ao resultado das eleições de 25 de janeiro e, acima de tudo, a única que defende as necessidades e a dignidade do povo grego”, prossegue o texto onde o Syriza afirma que o país já pagou bastante por ser a cobaia dos credores.
A solidariedade com o povo grego contra a chantagem dos credores sairá às ruas de Paris no sábado e em Bruxelas no domingo, com manifestações organizadas pelas plataformas que juntam organizações da esquerda política e sindical.
Artigo de infogrecia.net
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