Corrupção na FIFA: Os motivos que levaram Blatter à demissão

02 de June 2015 - 20:42

Conheça ao pormenor os episódios, escândalos e revelações que forçaram à demissão Sepp Blatter, presidente do organismo que tutela o futebol mundial durante 17 anos.

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EPA/STEFFEN SCHMIDT

Outubro de 2010

O jornal inglês Sunday Times alega que dois membros do Comité Executivo da FIFA, Reynald Temarri (Taiti), e Amos Adamu (Nigéria), disponibilizaram-se a vender os seus votos na tomada de decisão sobre os países que iriam acolher as fases finais dos mundiais de 2018 e 2022.

A dupla foi provisoriamente suspensa pela Comissão de Ética da FIFA, enquanto se aguardam novas investigações. Outros quatro funcionários, todos ex-membros do Comité Executivo, foram provisoriamente suspensos.

Dezembro de 2010

É atribuída à Rússia a organização do Campeonato Mundial de Futebol de 2018 e o de 2022 é concedido ao Qatar, apesar das preocupações relativas às elevadas temperaturas registadas no país, levantadas pelos próprios especialistas da FIFA num parecer técnico.

 Maio de 2011

1. O Presidente da Associação de Futebol da Inglaterra, Lorde Triesman, alega que quatro membros do Comité Executivo da FIFA pediram favores em troca do apoio à candidatura da Inglaterra para a organização do Mundial de Futebol de 2018. Esses mesmos membros acabaram por ser ilibados.

Blatter nega que a FIFA esteja em crise e afirma numa conferência de imprensa não existir nenhum assunto a esclarecer sobre os quatro funcionários, acrescentando ainda que o Sunday Times não apresentou qualquer prova que Issa Hayatou e Jacques Anouma tenham sido subornados para votarem a favor da organização do Mundial de Futebol no Qatar.

2. Mohammed bin Hamman, membro do Comité Executivo da FIFA pelo Qatar, retira a sua candidatura à presidência da FIFA após terem surgido alegações de que este ofereceu 40 mil dólares em luvas a delegados caribenhos para apoiarem a sua candidatura. É banido perpetuamente do futebol.

Março de 2012

Michael Garcia é nomeado para encabeçar uma investigação montada por Blatter sobre os processos de decisão sobre os mundiais de 2018 e 2022.

Novembro de 2014

O advogado norte-americano Michael Garcia denuncia que o relatório final, publicado por Hans-Joachim Eckert, Presidente do Comité de Ética da FIFA, deturpa a investigação que conduziu sobre a realização dos mundiais na Rússia e no Qatar. A FIFA declara o assunto como encerrado.

É noticiado que o ex-membro executivo da FIFA Chuck Blazer está a cooperar com uma investigação do FBI sobre a corrupção no organismo.

27 de maio de 2015

Sete altos-funcionários da FIFA são detidos pela polícia suíça em Zurique a pedido das autoridades norte-americanas. Os suspeitos são acusados de estarem envolvidos num escândalo de corrupção que envolve mais de 150 milhões de dólares. Poucas horas após as detenções, procuradores suíços abrem uma investigação criminal sobre as propostas dos mundiais de futebol de 2018 e 2022.

29 de maio de 2015

Blatter é reeleito para um quinto mandato como presidente da FIFA no Congresso. No dia anterior e, no seguimento das detenções ocorridas, Michel Platini, presidente da UEFA, tinha instado Blatter a retirar a sua candidatura.

2 de junho de 2015

O presidente da FIFA, Sepp Blatter, renuncia como chefe do organismo que tutela o futebol mundial, pondo termo a um mandato de 17 anos marcado por escândalos de corrupção.

No início do dia, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, fica sob pressão após terem surgido provas de que tinha conhecimento do pagamento de 10 milhões de dólares por parte de funcionários sul-africanos ao ex-presidente da CONCACAF, Jack Warner. O pagamento foi considerado suborno pelos investigadores americanos.