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Irlandeses vão a votos para legalizar casamento gay

Esta sexta-feira a Irlanda pode tornar-se o primeiro país a legalizar os casamentos entre pessoas do mesmo sexo através do voto popular.
Cartazes da campanha do "Sim"

O país já dispõe de legislação para as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo desde 2010, mas estes casais não podem usufruir dos mesmos direitos das pessoas casadas. O referendo desta sexta-feira poderá tornar a Irlanda no primeiro país a legalizar o casamento gay com o voto popular, depois da proposta ter sido aprovada por ampla maioria em março.

As sondagens publicadas no fim de semana dão uma grande vantagem ao "Sim" à legalização, com números a rondar os 70%. Mas trata-se de um apoio concentrado na população jovem, menos mobilizada para a participação eleitoral, o que faz os responsáveis da campanha do Sim anteverem uma margem mais curta no resultado final. Por outro lado, a vantagem do "Sim" tem emagrecido nas últimas semanas e o número de indecisos aumentou. E ainda há a memória do referendo ao divórcio de 1995, quando as sondagens davam ao 70% ao "Sim", que acabou por passar com 50.3%.

O voto Sim tem o apoio dos principais partidos para além da esquerda política e sindical, com a secretária-geral da Congresso Irlandês dos Sindicatos, Patricia King, a declarar que o movimento "sempre se opôs à exclusão. O nosso apoio à igualdade no casamento é consistente com as nossas tradições e valores fundamentais".

A campanha do "Não" conta com o apoio de grupos religiosos. A homossexualidade só foi descriminalizada na Irlanda em 1993 e a legalização das uniões de facto só foi aprovada seis anos depois de idêntica lei no Reino Unido. A Igreja Católica apela ao voto "Não", mas a perda de influência na sociedade tem acompanhado a queda do número de católicos praticantes nas últimas décadas.

A hierarquia católica já ameaçou que em caso de vitória do "Sim", poderá obrigar a que os casamentos religiosos entre pessoas de sexo diferente deixem de incluir a parte civil, obrigando os recém-casados a deslocarem-se aos cartórios.

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