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Tsipras vai discutir acordo com Merkel e Hollande

O encontro com os governantes da França e Alemanha sobre o andamento das negociações terá lugar à margem da cimeira de Riga. O prazo para um eventual acordo está a esgotar-se.
Hollande, Merkel e Tsipras vão retomar a conversa esta quinta-feira em Riga. Foto União Europeia ©

A cimeira europeia de Riga será dedicada à relação com os países do Leste europeu, mas o primeiro-ministro grego quer aproveitar a ocasião para discutir pessoalmente com Angela Merkel e François Hollande os progressos das últimas semanas nas negociações entre o governo grego e os credores.

Parece ser cada vez mais ponto assente que o prazo para um entendimento ou para uma rotura irá acontecer antes do fim de junho, prazo em que termina o atual entendimento que vigora desde 20 de fevereiro e substituiu os memorandos da troika.

Dirigentes do Syriza e membros do Governo já deixaram claro que os reembolsos de dívida em junho, a começar pelo de dia 5 ao FMI, no valor de 300 milhões de euros, estarão em causa caso não seja assegurado o financiamento europeu, cortado desde agosto de 2014. Desde então a Grécia não recebeu mais um cêntimo e pagou cerca de 6500 milhões de euros com os seus próprios recursos, um caso único no panorama europeu, como sublinhou o ministro das Finanças Varoufakis esta semana em entrevista à televisão Star.

A intransigência mantém-se por parte dos credores, que querem ver aplicadas as medidas que o povo grego rejeitou nas urnas a 25 de janeiro. Outro obstáculo ao acordo têm sido as exigências contraditórias de FMI e da Comissão Europeia e BCE, que têm "linhas vermelhas" distintas e insistem nelas: por exemplo, enquanto o FMI não recua na exigência da liberalização das leis laborais mas vê com bons olhos a restruturação da dívida, os parceiros europeus insistem no contrário.

Esta semana o Syriza lançou um apelo à solidariedade de partidos e sindicatos europeus com a luta do povo grego e de apoio à posição do governo nas negociações. O partido de Alexis Tsipras insiste que "as linhas vermelhas do governo são as linhas vermelhas do povo grego" e rejeita um acordo que preveja mais cortes nos salários e pensões.

Na quarta-feira, várias organizações de esquerda reunidas no coletivo "Com os gregos" organizaram uma concentração de solidariedade que juntou centenas de pessoas no centro de Paris.

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