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À falta de jogos, estádio mais caro da Copa de 2014 serve de estacionamento

O estádio Mané Garrincha de Brasília, o mais caro da Copa do Mundo, com seus 72 mil lugares, está transformado num estacionamento para mais de 400 autocarros e na sede de três Secretarias de Estado do governo do Distrito Federal.
O estádio, cujo valor estimado é de 1.600 milhões de reais segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal, nunca conseguiu encher em jogos que não fossem os do Mundial de Futebol. Como já se esperava, os clubes locais não têm condições de fazer os seus jogos no maior Elefante Branco dos estádios construídos para a copa, já que dificilmente reúnem mais de 5 mil pessoas nas bancadas. Por isso, o Mané Garrincha recebeu apenas dois amistosos nos primeiros 65 dias de 2015, e gera um gasto mensal estimado em 600 mil reais de manutenção aos governo do Distrito Federal, de acordo com o site UOL Esporte.
Sede administrativa e estacionamento
Para tentar reduzir os gastos, o governo do DF decidiu deslocar para as instalações do Estádio as secretarias de Desporto, de Desenvolvimento Económico e Sustentável, e Desenvolvimento Humano e Social. A estimativa é de que é possível acomodar 400 funcionários nas salas do estádio.
O Mané Garrincha recebeu apenas dois amistosos nos primeiros 65 dias de 2015, e gera um gasto mensal estimado em 600 mil reais de manutenção aos governo do Distrito Federal.
No exterior do estádio, todos os dias cerca de 400 autocarros formam o que parece ser uma barreira gigantesca. Eles fazem parte da frota da cidade, que atende a população diariamente.
O estádio está situado a três quilómetros do principal terminal rodoviário do Distrito Federal. Por motivo de economia, as empresas de transportes da capital têm permissão de deixar os autocarros estacionados no anel externo do estádio até voltarem a circular, geralmente no horário de ponta, evitando assim ter de voltar à garagem.
Prejuízo de três elefantes brancos já chega aos 10 milhões de reais
Mas não é só o Mané Garrincha que dá prejuízo. Segundo o levantamento feito pela BBC Brasil, o prejuízo de três "elefantes brancos" da Copa – somando, além do estádio de Brasília, a Arena da Amazónia (Manaus) e a Arena Pantanal (Cuiabá) – para os contribuintes já atingiu pelo menos 10 milhões de reais desde o fim do Mundial. “Os dados, de difícil acesso, são incompletos e portanto a conta é uma estimativa”, esclarece o site.
A BBC Brasil procurou obter também informações sobre o quarto "elefante branco" do torneio, a Arena das Dunas, de Natal, sem sucesso.
Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília não são cidades com tradição no futebol. Por isso, ao serem escolhidas como sedes da Copa do Mundo, despertaram críticas pelo alto investimento público em estádios que corriam risco de ficar sem uso.
Como se diz no Brasil, não deu outra.
Comments
Resposta a BBC Brasil que esta falando merda sobre Cuiabá
A Arena Pantanal tem surpreendido os críticos que a apontavam como elefante branco. Sede de quatro jogos na Copa do Mundo, o estádio de Cuiabá tem recebido partidas praticamente toda semana e quase sempre com bom público para os padrões nacionais. Até aqui foram onze, com público total de 139.960 espectadores. A média é de 12,7 mil torcedores. Times das quatro séries do futebol brasileiro atuaram nela.
Na última quarta-feira, por exemplo, mais de 38 mil torcedores foram ao estádio para assistir a vitória do Goiás sobre o Flamengo, por 1 a 0, pelo Brasileirão. Uma semana antes, cerca de 32 mil assistiram a vitória do Bragantino sobre o Corinthians, por 1 a 0, pela Copa do Brasil.
A Arena Pantanal tem sido a casa dos clubes locais que disputam as Série B, C e D do Campeonato Brasileiro. Uma das alternativas para mantê-la em atividade é a realização de rodadas duplas envolvendo Luverdense, Cuiabá e Operário, as três equipes que estão no Brasileiro. Até agora foram três disputadas.
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