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À falta de jogos, estádio mais caro da Copa de 2014 serve de estacionamento

O Mané Garrincha, de Brasília, poucos jogos teve em 2015 e por isso serve para outros fins: estacionamento de autocarros e sede de secretarias de Estado. Prejuízo de três estádios “elefantes brancos” para os contribuintes já chega pelo menos aos 10 milhões de reais desde o fim do Mundial.
Nos primeiros 65 dias de 2015, apenas dois jogos amistosos. Foto de Portal da Copa/Rui Faquini - Portal da Copa. Licenciado sob CC BY 3.0 br, via Wikimedia Commons
Nos primeiros 65 dias de 2015, apenas dois jogos amistosos. Foto de Portal da Copa/Rui Faquini - Portal da Copa. Licenciado sob CC BY 3.0 br, via Wikimedia Commons

O estádio Mané Garrincha de Brasília, o mais caro da Copa do Mundo, com seus 72 mil lugares, está transformado num estacionamento para mais de 400 autocarros e na sede de três Secretarias de Estado do governo do Distrito Federal.

O estádio, cujo valor estimado é de 1.600 milhões de reais segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal, nunca conseguiu encher em jogos que não fossem os do Mundial de Futebol. Como já se esperava, os clubes locais não têm condições de fazer os seus jogos no maior Elefante Branco dos estádios construídos para a copa, já que dificilmente reúnem mais de 5 mil pessoas nas bancadas. Por isso, o Mané Garrincha recebeu apenas dois amistosos nos primeiros 65 dias de 2015, e gera um gasto mensal estimado em 600 mil reais de manutenção aos governo do Distrito Federal, de acordo com o site UOL Esporte.

Sede administrativa e estacionamento

Para tentar reduzir os gastos, o governo do DF decidiu deslocar para as instalações do Estádio as secretarias de Desporto, de Desenvolvimento Económico e Sustentável, e Desenvolvimento Humano e Social. A estimativa é de que é possível acomodar 400 funcionários nas salas do estádio.

O Mané Garrincha recebeu apenas dois amistosos nos primeiros 65 dias de 2015, e gera um gasto mensal estimado em 600 mil reais de manutenção aos governo do Distrito Federal.

No exterior do estádio, todos os dias cerca de 400 autocarros formam o que parece ser uma barreira gigantesca. Eles fazem parte da frota da cidade, que atende a população diariamente.

O estádio está situado a três quilómetros do principal terminal rodoviário do Distrito Federal. Por motivo de economia, as empresas de transportes da capital têm permissão de deixar os autocarros estacionados no anel externo do estádio até voltarem a circular, geralmente no horário de ponta, evitando assim ter de voltar à garagem.

Prejuízo de três elefantes brancos já chega aos 10 milhões de reais

Mas não é só o Mané Garrincha que dá prejuízo. Segundo o levantamento feito pela BBC Brasil, o prejuízo de três "elefantes brancos" da Copa – somando, além do estádio de Brasília, a Arena da Amazónia (Manaus) e a Arena Pantanal (Cuiabá) – para os contribuintes já atingiu pelo menos 10 milhões de reais desde o fim do Mundial. “Os dados, de difícil acesso, são incompletos e portanto a conta é uma estimativa”, esclarece o site.

A BBC Brasil procurou obter também informações sobre o quarto "elefante branco" do torneio, a Arena das Dunas, de Natal, sem sucesso.

Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília não são cidades com tradição no futebol. Por isso, ao serem escolhidas como sedes da Copa do Mundo, despertaram críticas pelo alto investimento público em estádios que corriam risco de ficar sem uso.

Como se diz no Brasil, não deu outra.

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