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Trabalhadores da Saúde em greve esta sexta-feira contra "ofensiva ao SNS"

A "ofensiva do governo contra o Serviço Nacional de Saúde" e os seus profissionais está na origem da paralisação. Mediante o desinvestimento no SNS e a consequente degradação dos serviços, as queixas dos utentes dispararam o ano passado. Em causa estão procedimentos administrativos, tempos de espera e maus cuidados de saúde e segurança do doente.
Foto de Paulete Matos (recortada).

Segundo adiantou a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais numa conferência de imprensa que teve lugar esta terça-feira, esta greve tem como principal objetivo a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelo que se espera a compreensão da população.

Entre os trabalhadores que aderem à paralisação, encontram-se auxiliares, administrativos, técnicos de diagnóstico e terapêutica e profissionais do INEM, pelo que deverão ser afetados vários serviços, como cirurgias programadas ou consultas. O pré-aviso entregue também abrange enfermeiros e médicos que queiram aderir ao protesto.

As estruturas sindicais contestam a municipalização dos cuidados de saúde primários, a entrega de hospitais do SNS às Misericórdias e exigem ainda uma discussão pública e alargada sobre o serviço público de saúde para que "não se volte a assistir a dezenas de pessoas nos corredores dos hospitais", como no último inverno.

Em causa estão ainda questões como a reposição das 35 horas de trabalho semanal e a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde

"Temos a perspetiva de que será uma greve bastante participada por parte de todos os profissionais de saúde", frisou Luís Pesca, dirigente da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas.

Queixas dos utentes dispararam o ano passado

De acordo com o relatório de actividades da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), em 2014 foram registadas 10948 reclamações, o que representa um aumento de 34,2% em relação ao ano anterior e de 38% face a 2012.

“Sendo certo que a ERS já recebia as reclamações reduzidas a escrito nos Livros de Reclamações de modelo oficial, a partir do último trimestre de 2014 tornou-se notório o aumento do volume das reclamações recebidas, motivado pela crescente entrada de exposições visando prestadores do sector público, a acrescer a todas as queixas directamente dirigidas à ERS por utentes”, lê-se no documento.

Do total de processos, os “procedimentos administrativos” (2882), “tempos de espera” (2385) e “cuidados de saúde e segurança do doente” (2023) foram as reclamações mais frequentes. Mas quase 80% dos casos foram objecto de “decisão final de arquivamento” pelo facto de a ERS ter considerado “versarem sobre matéria grave ou que careciam de diligências suplementares da sua parte, sendo certo que os utentes não se manifestaram contra as alegações apresentadas pelos prestadores reclamados”.

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