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Grécia: Desacordo entre FMI e UE está a prejudicar negociações

Numa nota oficiosa, o governo grego diz que as exigências contraditórias das instituições europeias e do FMI são agora o principal obstáculo à existência de um acordo.
O problema das negociações é que o FMI e a Comissão Europeia não se entendem sobre o que exigir aos gregos, acusa governo de Atenas. Foto União Europeia ©

A nota foi publicada pelo portal capital.gr e traduzida para português pelo site infoGrécia a partir da versão inglesa publicada no Greek Analyst. O governo grego acusa o FMI e a Comissão Europeia de apresentarem diferentes "linhas vermelhas" no processo negocial: enquanto o FMI quer cortar nas pensões e liberalizar as leis laborais, oferecendo em troca flexibilidade nos excendentes orçamentais primários e uma restruturação da dívida, a Comissão Europeia não cede nestas duas questões e é mais flexível quanto às pensões e leis laborais.

"Nestas circunstâncias não pode haver nenhum acordo. A responsabilidade pertence por inteiro às instituições e à sua debilidade em comunicarem entre si", acusa a nota divulgada pelo governo à imprensa. Ela refere também a notícia do Financial Times publicada esta terça-feira, que cita o líder do departamento europeu do FMI - e bem conhecido dos portugueses - Paul Thomsen a avisar os ministros das Finanças da zona euro que o FMI poderá não pagar à Grécia a sua parte da tranche de 7.2 mil milhões de euros se não houver entretanto uma restruturação da maior parte da dívida grega.

As palavras de Thomsen terão sido mal recebidas em Bruxelas, já que os países da zona euro detêm a maior parte dessa dívida e os seus governos são os primeiros a opor-se à restruturação. Para o governo grego, outro sinal desta divergência terá sido a declaração do comissário europeu Pierre Moscovici, ao declarar que a questão da dívida só poderia ser tratada após um acordo sobre o programa de reformas.

Com esta posição sobre o andamento das negociações, o governo de Atenas quis deixar bem claro que a responsabilidade pelo atual bloqueio não tem rigorosamente nada a ver com a suposta "ausência de propostas" ou a "postura inflexível" dos negociadores gregos com vista a alcançar um acordo. São "as graves divergências e contradições entre o FMI e a UE que estão a criar obstáculos às negociações", diz a nota oficiosa reproduzida na imprensa grega.

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