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“Chega de hipocrisia, legalizem a Maria”

Marcha Global da Marijuana, em Lisboa, reuniu cerca de 150 pessoas que desfilaram entre o Jardim da Mãe d'Água e o miradouro de S. Pedro de Alcântara. Organizadores criticam o facto de em Portugal se ter deixado “de considerar os consumidores como criminosos, o que é bom, mas passaram a ser tratados como doentes”.
Mariana Mortágua esteve presente na marcha
Mariana Mortágua esteve presente na marcha

O desfile, encabeçado por dois cartazes com as inscrições “Contra a crise, legalize” e “Erva legal em Portugal”, percorreu as ruas de Lisboa entre o Jardim da Mãe d'Água e o miradouro de São Pedro de Alcântara, gritando palavras de ordem como “Chega de hipocrisia, legalizem a Maria”, “Legal, legal, como a imperial” ou “Governo de aldrabões, legalizem os canhões”.

Já no miradouro, onde estava montado um sistema de som, houve intervenções, com o microfone aberto.

Avanços nos EUA e no Uruguai

Gonçalo Pessoa, um dos organizadores da Marcha, afirmou que o evento deste ano, o décimo a decorrer em Lisboa, mostrou que há algum crescimento em relação aos anos anteriores, e destacou os avanços na forma como é encarado o consumo da canábis que ocorreram recentemente nos Estados Unidos e no Uruguai, sublinhando que essa situação tem muito a ver com o fortalecimento dos movimentos sociais nesses países.

Para Gonçalo Pessoa, foi importante que Portugal tivesse aprovado a descriminalização do consumo, mas criticou que se tivessem deixado de considerar os consumidores como criminosos, mas passassem a ser considerados doen tes. “Quem é apanhado com um charro, incorre numa contra-ordenação e é encaminhado a um centro de tratamento de toxicodependência.” Criticando o proibicionismo, sublinhou que a sociedade, contraditoriamente, “não é proibicionista com o álcool, com o tabaco e mesmo com drogas que se compram em farmácias”.

A proibição só interessa a traficantes”

Presente na manifestação, a deputada Mariana Mortágua afirmou, por seu lado, que a proibição só interessa a traficantes que querem pôr um produto de má qualidade no mercado, e só interessa para acalmar o espírito hipócrita e conservador que se vive na sociedade portuguesa”. Mariana Mortágua recordou que as propostas do Bloco para legalizar o autocultivo e o consumo regulado através dos clubes sociais de canábis acabaram chumbadas pelos restantes partidos no parlamento.

Outros cartazes exibidos na marcha tinham as inscrições: “Cultiva liberdade”, “Uma planta para uso terapêutico”, “Guerra às drogas é guerra social. Legaliza” ou “a proibição traz o traficante”.

Depois do microfone aberto, ocorreu um convívio musical até por volta das 21h30.

Queremos o auto-cultivo! Mariana Mortágua na MGM

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