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“Governo está a passar recursos para os sistemas privados de saúde em detrimento do SNS”

Catarina Martins reuniu com a Ordem dos Médicos e anunciou que o Bloco de Esquerda marcou debate de urgência sobre a “situação da saúde em Portugal” para 7 de maio. Questionada sobre a situação da Grécia, a porta-voz do Bloco condenou a “chantagem do Eurogrupo e do Conselho Europeu”.
“A Grécia não pede o paraíso na Terra, mas apenas cumprir o prometido durante a campanha eleitoral - 'não cortar mais as pensões'”, realçou a porta-voz do Bloco - Foto de Paulete Matos

A porta-voz do Bloco de Esquerda reuniu nesta terça-feira com o bastonário da Ordem dos Médicos.

No final da reunião, Catarina Martins denunciou a situação de degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “O SNS é a melhor resposta às pessoas em Portugal e é dos serviços mais eficientes que temos na Europa. Mas é um facto que tem estado sob ataque e está a sofrer uma degradação e as urgências são um sinal máximo desses problemas”, sublinhou a deputada.

Catarina Martins denunciou que “o descaso entre os números que o Governo apresenta da Saúde e a realidade concreta que as pessoas vivem quando recorrem ao SNS, mostram que o problema é grave e tem de ser debatido”.

A porta-voz do Bloco acusou o governo de estar a “a passar recursos do orçamento do Estado para os sistemas privados de saúde em detrimento do SNS”.

“Para lá de termos um governo que está em negação sobre a situação concreta que se está a viver no SNS e, muito particularmente, nas urgências, temos também o reconhecimento de que nestes anos o governo esteve a passar recursos do orçamento do Estado para os sistemas privados de saúde em detrimento do SNS. Isto é verdade, tanto no que diz respeito a camas de internamento, como no que diz respeito à própria política de contratação de médicos que tem vindo a privilegiar os privados em detrimento do SNS”, acusou a deputada, criticando também a falta de resposta do governo.

“Tivemos um secretário de Estado da Saúde a dizer, face ao colapso visível, que considerava que as urgências funcionavam bem e as pessoas estavam bem instaladas. De lá até cá, o Governo não disse mais uma palavra. Não vimos o ministro da Saúde ou o primeiro-ministro virem a público reconhecer o problema. Silêncio absoluto, quando vivemos um problema grave de as pessoas não saberem se podem confiar nas urgências”, realçou a deputada.

Sublinhando que, por esta situação, o Bloco de Esquerda decidiu marcar um debate parlamentar de urgência sobre a “situação da saúde em Portugal” para 7 de maio, anunciou que o partido vai realizar uma série de reuniões com profissionais do setor, de que a reunião com a Ordem dos Médicos foi a primeira.

Catarina Martins critica “fanatismo ideológico” do Eurogrupo e do Conselho Europeu

Questionada sobre a situação da Grécia e a substituição do ministro grego das Finanças das negociações com o Eurogrupo, Catarina Martins afirmou:

“Tudo o que tem existido do outro lado é intransigência, fanatismo ideológico. Registo que no Eurogrupo, nos 18 governos que se têm oposto, 13 têm a presença ou estão em coligação com partidos sociais-democratas ou socialistas. Vemos como tem existido esta barragem a uma alternativa”, criticou.

Catarina Martins disse ainda que “tem existido uma chantagem enorme por parte do Eurogrupo e do Conselho Europeu contra a possibilidade de um Governo fazer aquele que é o mandato que lhe deu o seu povo, uma política diferente da austeridade”.

“A Grécia não pede o paraíso na Terra, mas apenas cumprir o prometido durante a campanha eleitoral - 'não cortar mais as pensões'”, realçou a porta-voz do Bloco.

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