You are here

Juncker anuncia 2.000 milhões para combater crise humanitária da Grécia

Reunião realizada na madrugada de quinta para sexta-feira termina com nova exigência de que Atenas entregue uma lista de reformas. Mas Tsipras afirma que a “austeridade acabou”.
A minicimeira que varou a madrugada em Bruxelas. Foto Left.gr
A minicimeira que varou a madrugada em Bruxelas. Foto Left.gr

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou esta sexta-feira uma ajuda imediata de 2.000 milhões de euros à Grécia, destinada a projetos urgentes que ajudem a minimizar a crise humanitária que o país vive.

“A Grécia tem um problema social sério, uma crise humanitária e precisa de dinheiro do orçamento europeu”, justificou. O dinheiro virá de fundos estruturais comunitários que não foram usados e que vão ser postos à disposição imediata de Atenas.

O anúncio ocorre após a reunião que decorreu madrugada dentro e em que participaram Juncker e Alexis Tsipras, junto com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, do Banco Central Europeu, Mario Draghi e do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, bem como com dois chefes de Estado: a alemã Angela Merkel e o francês François Hollande.

Nova lista de reformas

No final dessa reunião, Merkel e Hollande voltaram a pressionar o governo grego para apresentar uma lista de reformas que inclua cortes orçamentais ou aumentos de arrecadação fiscal, sem os quais não será libertada a última tranche de dinheiro correspondente ao segundo resgate da Grécia. A chanceler Angela Merkel disse que não importava qual a parte de cortes e qual a de aumento de impostos, desde que no final a soma fosse certa. Já Hollande afirmou que “o primeiro-ministro grego prometeu-me que apresentaria a lista de reformas o mais depressa possível”.

Por sua vez, Alexis Tsipras observou que a ajuda anunciada por Juncker “é um bom sinal”, até porque “foi reconhecido que há uma crise humanitária no nosso país e que tem de haver um esforço comum para debelá-la – porque não surgiu como o resultado de uma catástrofe natural”.

O primeiro-ministro grego sublinhou que a chamada quinta revisão [do resgate] deixou de existir e que as autoridades gregas vão assumir a responsabilidade de elaborar e implementar a lista de reformas. “As medidas de recessão acabaram”, assegurou.

Não há um problema de liquidez”

Tsipras pediu ainda calma ao povo grego e afirmou que “não nos deixaremos dominar pela atmosfera de insegurança”, advertindo que os que querem brincar com a estabilidade da economia grega e do sistema financeiro do país fá-lo-ão em vão.

O chefe do governo de Atenas garantiu ainda que não há um problema de liquidez a curto prazo na economia grega.

Ainda assim, o clima de tensão que pairava sobre a reunião na noite de quinta-feira não foi debelado, apesar do otimismo exibido por Tsipras. “Uma saída desordenada da Grécia do euro continua a ser uma grande ameaça à estabilidade económica da Europa”, advertiu o primeiro-ministro britânico David Cameron.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Internacional
Comentários (1)