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Sócrates e o não-pagamento da dívida à Troika

Em “A República”, Platão1 relata um diálogo entre Sócrates2 e um rico ateniense. Perante a afirmação do homem rico, que dizia que se tinha sempre que pagar as dívidas, Sócrates refutou esse argumento com o seguinte exemplo: “Um homem empresta-te a sua espada, mas logo em seguida fica louco furioso e te procura para que lha devolvas. Com justa razão, não lhe podes devolver essa espada e, por consequência, o empréstimo”.
Quase 2400 anos mais tarde, a Troika (que evita agora usar esse nome, já que é sinónimo de ilegitimidade) emprestou uma espada de cerca de 240 mil milhões de euros acompanhada de um “plano de resgate” ou “Memorando”. Os membros da Troika tornaram-se loucos furiosos de austeridade, das privatizações e também das violações dos direitos humanos e sociais. Seguindo o ensinamento de Sócrates, seria desejável que o governo e o povo gregos rejeitassem o pagamento do empréstimo ligado a essa espada, utilizada para destruir os direitos democráticos e sociais, assim como a dignidade e a soberania populares.
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net
1O filósofo grego Platão nasceu em Atenas em 428 ou 427 a.C., e morreu em 348 ou 347 a.C.
2Sócrates é um filósofo grego do século V a.C. (nascido em 470 ou 469 a.C., condenado à morte e executado em 399 a.C.)
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