You are here

Tsipras acusa governos de Portugal e Espanha de liderarem "eixo de poder" contra o executivo grego

O líder do Syriza considera que Lisboa e Madrid assumiram uma linha dura durante as negociações no Eurogrupo por temerem que o exemplo grego contagie os seus países. Ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, quer negociar com o BCE os 6,7 mil milhões de euros em obrigações que vencem em julho e agosto e anuncia uma luta implacável contra a evasão fiscal.
Foto retirada do facebook de Alexis Tsipras.

"Encontramos a oposição de um eixo de poder, liderado pelos governos de Espanha e Portugal, que por óbvias razões políticas tentaram levar as negociações para o abismo", afirmou Tsipras, citado pela Reuters.

“O seu plano foi desgastar-nos, derrubar-nos ou levar o nosso governo à rendição total antes de o nosso trabalho começar a dar frutos e antes de o exemplo grego contagiar outros países”, acrescentou.

Alexis Tsipras também rejeitou a ideia de que Atenas encenou um recuo para assegurar uma extensão do financiamento da zona euro, adiantando que a raiva entre os alemães conservadores mostra que o seu executivo ganhou importantes concessões.

“Todos nós observámos a forte oposição entre o partido de Angela Merkel que mostra que foram feitas concessões inaceitáveis à Grécia”, referiu o primeiro-ministro grego.

Varoufakis defende negociação com BCE

Este sábado, o ministro das Finanças grego, citado pelo Ekatimerini, defendeu que Atenas deve negociar com o Banco Central Europeu (BCE) os 6,7 mil milhões de euros em obrigações que vencem em julho e agosto, acusando o banco com sede em Frankfurt de ter cometido um “erro”.

“Não devemos negociar? Vamos lutar por isso!”, frisou Varoufakis durante uma entrevista à televisão Skai. “Se tivéssemos o dinheiro pagaríamos, mas eles sabem que não temos!”, acrescentou.

O BCE comprou as obrigações no mercado secundário no âmbito do programa de compra de dívida (SMP) que visava reduzir os custos dos empréstimos para os governos problemáticos do sul da Europa durante a crise da zona euro.

Contudo, a Grécia foi afastada dos mercados de dívida internacionais, e mais de quatro anos depois continua a não conseguir financiar-se comercialmente com exceção de emissões limitadas de títulos do tesouro de curto prazo.

"Uma parte das negociações será sobre o que acontecerá a essas obrigações que infelizmente e erradamente o senhor Trichet comprou”, referiu o ministro das Finanças grego. “Eu vejo esta operação como um erro – mas o BCE fê-lo com o objetivo de manter a Grécia nos mercados em 2010. Eles falharam”, frisou.

Varoufakis argumentou que se as obrigações se mantivessem nas mãos dos investidores, o seu valor teria sido cortado em 90% no âmbito da reestruturação da dívida privada grega que teve lugar em 2012.

Segundo lembra o ministro grego, o BCE comprou essas obrigações com um grande desconto, tendo obtido posteriormente uma grande margem de lucro. Varoufakis reclama um pagamento pendente de 1,9 milhões de euros.

Ministro das Finanças pondera taxar grandes fortunas e declara guerra à evasão fiscal

Yanis Varoufakis admitiu este sábado a criação de uma "taxa extraordinária" para "aqueles que podem pagar", por forma a garantir o equilíbrio orçamental do país.

"Estamos comprometidos em ter equilíbrio orçamental. Se eu tiver que impor um imposto especial, fá-lo-ei, mas sobre aqueles que podem pagar", destacou o ministro das Finanças.

"Não vamos pedir dinheiro aqueles que sofrem", assegurou Varoufakis.

"Estamos interessados naqueles que têm dinheiro e que nunca pagaram. Eles são o nosso alvo e seremos implacáveis", realçou o responsável, acrescentando que o executivo quer “encontrar uma solução para fazer pagar aqueles que têm dinheiro".

Termos relacionados Internacional
Comentários (2)