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Legalização da canábis chegou à capital dos EUA
A legalização da canábis nos Estados Unidos é uma realidade em 23 estados, na maioria apenas para uso medicinal, mas o uso recreativo já é permitido em quatro deles. Os referendos à legalização têm ganho apoio do eleitorado e as sondagens indicam que a opinião dos norte-americanos sobre a matéria mudou radicalmente nos últimos 20 anos.
Esta quinta-feira entrou em vigor a lei que legaliza a posse até 56,7 gramas de canábis, o consumo em privado e a plantação até seis pés de canábis (por pessoa, no máximo doze em cada casa). Ao contrário da lei nos estados do Colorado e Washington, em Washington DC a venda de canábis continua proibida. Tanto o Congresso como o Senado tinham a prerrogativa de bloquear a entrada em vigor da lei, mas nenhum dos órgãos a usou. No referendo realizado em conjunto com as eleições em 2014, o Sim à legalização venceu por larga maioria, com cerca de 65% dos votos.
A reação mais negativa à legalização da canábis na capital federal norte-americana veio de Moscovo. O responsável do Ministério da Saúde russo pelo “combate à droga” veio prever que “toda a gente vai tornar-se viciada em drogas” com a nova lei, já que isso é o que acontece “quando as autoridades se inspiram nos interesses tenebrosos da população”.
Também o Alasca, que aprovou a medida em referendo na mesma altura com 53,2% de apoio, viu uma lei semelhante entrar em vigor na terça-feira. Aqui, o comércio de canábis deve tornar-se uma realidade daqui por nove meses, o prazo estabelecido para regulamentar a lei. O Alasca tornou-se o primeiro estado com maioria republicana a aprovar a legalização da canábis para uso recreativo.
A reação mais negativa à legalização da canábis na capital federal norte-americana veio de Moscovo. O responsável do Ministério da Saúde russo pelo “combate à droga” veio prever que “toda a gente vai tornar-se viciada em drogas” com a nova lei, já que isso é o que acontece “quando as autoridades se inspiram nos interesses tenebrosos da população”. Yengeny Bryun repetiu o velho dogma proibicionista, refutado pelos estudos e pela realidade, de que “o consumo de canábis é a porta de entrada para a toxicodependência”.
Nos últimos anos, os Estados Unidos abandonaram a posição de protagonistas na condução da política mundial de drogas, deixando na liderança da Comissão das Nações Unidas representantes da Rússia e do Irão, que prosseguem a abordagem extremista da “guerra às drogas”, iniciada pelo antigo presidente norte-americano Richard Nixon e cujo fracasso tem levado cada vez mais países a questionarem e mesmo a alterarem a abordagem proibicionista ainda vigente.
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